sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Alckmin: Agora só um milagre

Jasson de Oliveira Andrade

A última pesquisa do Datafolha, divulgada pelo JN em 24/10, foi uma ducha de água gelada na pretensão de Alckmin. Os números mostram que Lula está 22 pontos à frente do candidato tucano. Uma diferença enorme e difícil de ser superada. É lógico, como diz o ex-presidente do Corinthians, Vicente Mateus, o jogo termina quando acaba. O mesmo se pode dizer nas eleições. Sempre há esperança de virada. Não é isso, entretanto, o que pensam os analistas políticos.
Franklin Martins, ao analisar os números do Datafolha, diz: “A menos que nos próximos dias o Brasil sofra um terremoto eleitoral de intensidade superior a 9 pontos na escala Richter, daqueles que não deixam pedra sobre pedra e ninguém para contar a história, como o que se abateu sobre a lendária Atlântida, Lula será reeleito para governar por mais quatro anos”, acrescentando: “se as urnas confirmarem os números do Datafolha, Lula se reelegerá vencendo na maioria das regiões e dos estados brasileiros. Não teremos assim, um país dividido entre vermelhos ao Norte e azuis ao Sul, como chegaram a sugerir alguns analistas mais rápidos no gatilho do que certeiros na pontaria”.
Franklin Martins tem razão: Não teremos, como alguns tucanos afirmaram, dois brasis nestas eleições!
Luiz Antonio Magalhães, no comentário “Tucanos já estão jogando a toalha”, constata: “Basta uma rápida navegada pelos blogs e sites tucanos ou “anti-lulistas” para perceber que o clima entre os apoiadores de Geraldo Alckmin é de grande decepção com a pesquisa Datafolha, divulgada ontem [24/10]. O jornalista [tucano] Reinaldo Azevedo, por exemplo, escreveu o seguinte: “É claro que não dá mais”. Magalhães revela: “O prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (PFL), tenta animar a sua tropa e joga todas as fichas no último debate da TV Globo [sexta, 27 /10], mas reconhece que a situação é muito difícil”.
Essa é também a opinião de Josias de Souza, em seu blog: “É dura a vida de Geraldo Alckmin. Se quiser prevalecer sobre Lula, o presidenciável tucano terá de virar 2,1 milhões de votos diariamente até domingo. Impossível? Não. Mas é pouquíssimo provável que isso venha a ocorrer”.
Alckmin está à espera de um milagre. O tucano acredita que isso venha a acontecer no debate da TV Globo. Ele deverá adotar a agressividade. Não tem alternativa. O recém eleito deputado estadual Barros Munhoz (SDB-SP), em entrevista a um jornal guaçuano, no dia 24/10, criticou a campanha de Alckmin. Ele declarou: “Não acho que esteja perdida a eleição ainda, mas está muito mais difícil do que estava, isso é óbvio”. Reclamou mais dureza das criticas do presidenciável ao Lula.
Essa é uma opinião de uma ala ponderável do PSDB e PFL. Por esse motivo, é que se esperam ataques mais agressivos. No debate da Band, essa atitude tirou pontos dele. Agora dará certo? Duvido!
Por falar em debate, Serra parece não confiar muito nesse tipo de confronto. Segundo Mônica Bergamo (Folha, 25/10): “O governador eleito de SP, José Serra (PSDB-SP), preferiu ir ao cinema a ver o duelo dos presidenciáveis na TV Record”.

A esperança é a última que morre. Alckmin espera e confia em um milagre: a virada no dia 29 de outubro.

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu





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