quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

O BRASIL E O CERCO MILITAR AO CONE SUL

Apesar dos alertas feitos pela ABIN, a Agência Brasileira de Informação, de que a presença militar dos Estados Unidos no Cone Sul representa uma ameaça ao Brasil, são poucas as possibilidades de que os temores resultem num enfrentamento verbal ou militar entre Brasília e Washington. "No Brasil sempre existiu uma convivência com os Estados Unidos não apenas porque existem setores militares, empresariais e políticos que são pró-Estados Unidos, mas porque Washignton persiste em manter a imagem do Brasil como uma fonte de equilíbrio para a região, muitas vezes, instável".
A avaliação é feita por Fabián Calle, pesquisador do CARI, o Centro Argentino de Relações Internacionais, ao comentar um relatório da ABIN, em que especialistas brasileiros alertam que Washington estaria tentando reproduzir no resto da América do Sul a estratégia que adota na Colômbia.
O informe diz, por exemplo:- A presença militar dos Estados Unidos poderia expandir-se a outros países sul-americanos para transformar a luta contra o narcotráfico em um empreendimento militar sul-americano e não só do eixo Colômbia - Estados Unidos. O plano certamente é parte de uma estratégia dos Estados Unidos para assegurar uma presença militar direta na região andino-amazônica e no Cone Sul, em torno do Brasil.
A hipótese é conhecida como o cerco e especialistas brasileiros defendem essa tese há uma década, quando a América do Sul se converteu em cenário militar para Washignton.
Em 1999 instalou a base de Manta, no Equador, no ano seguinte assumiu o Plano Colômbia e três anow mais tarde, o Plano Patriota, que permitiu aumentar a presença norte-americana e a influência sobre o território colombiano. Em 2005 conseguiu a anistia para seus soldados no Paraguai, que durante um ano realizam exercícios militares sem restrições.
Atualmente há mais de 2.000 norte-americanos entre funcionários especialmente contratados e militares, na região.
O pesquisador argentino ressalta que, embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não costume tocar no tema em seus discursos, a verdade é que o Brasil investiu muito em seu sistema de defesa.
Por exemplo: mais de 20 mil homens foram designados para defender a Amazônia e forças especiais da Marinha foram destacadas para proteger as costas do Atlântico, as principais fontes brasileiras de recursos naturais.

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