quarta-feira, 27 de junho de 2007

Sindicato dos Bancários está de olho na venda de subsidiária da Nossa Caixa

Escaldados pela venda de Seguros e Previdência para a Mapfre, entidade marca de perto a intenção do Estado de privatizar agora a Nossa Caixa Capitalização
São Paulo – A notícia de que a Nossa Caixa prepara-se para vender sua empresa de capitalização está sendo acompanhada de perto pelo Sindicato. A intenção é zelar pelo respeito à instituição e sua missão como banco público e não para atender a interesses políticos e financeiros. “O que nós precisamos é que o governo do Estado queira manter a Nossa Caixa, fazer com que ela seja o fomentador do crescimento que precisamos”, argumenta Raquel Kacelnikas, diretora do banco. “Se o governador Serra quiser investir em um banco fomentador, tem que capitalizar a Nossa Caixa com recurso para fazer com que esse banco chegue ao pequeno e médio empreendedor em todo o Estado.”
A preocupação de Raquel com o rumo das ações do banco tem origem na experiência da venda da subsidiária Nossa Caixa Seguros e Previdência para a espanhola Mapfre Vera Cruz, em um leilão ocorrido em 24 de maio de 2005, por R$ 225,82 milhões.
“A Mapfre não tinha capital para comprar, não podia nem concorrer. Mas ela concorreu e ganhou. Quatro meses depois, apresentou a diferença de capital. Houve um claro direcionamento ( da venda ) para a Mapfre, não para o interesse público”, explica a diretora, que emenda: “se o banco trabalhar com a mesma perspectiva ( na venda da Nossa Caixa Capitalização ), pressupõe-se que incorrera nos mesmos vícios”.
O noticiário da época referenda suas preocupações. Em fevereiro do ano passado, o site do Sindicato noticiou que o contrato de compra e venda da Nossa Caixa Seguros e Previdência fora suspenso pela Justiça em reposta às irregularidades apontadas pelo Sindicato. Atualmente, o negócio está sub judice.
Pouco depois, em março, reportagem da Revista Carta Maior relatava que um ex-secretário do então governador Geraldo Alckmin era acionista da Mapfre.
O atual governo do Estado, na gestão Serra, já tentou repassar a própria Nossa Caixa Capitalização para a iniciativa privada. Entretanto, diante das irregularidades, o processo foi cancelado pela diretoria do banco. Uma nova tentativa, ao que parece, deve ser feita nos próximos meses. E o Sindicato segue de olho para preservar o banco público. “O problema é que a lei para a abertura de capital ainda não foi regulamentada. Então para nós não serve, pois como ela acaba regulada pelo edital, fica ao bel prazer dos interesses políticos. Se a lei tivesse sido regulamentada, poderíamos questionar na Assembléia”, explica Raquel.
André Rossi - 27/06/2007

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