terça-feira, 30 de outubro de 2007

Revista vEJA, a inescrupulosa, chantegeia sem dó.



“Veja” promove achacadores tentando interferir em relatórioPublicação deu espaço para divulgar difamação contra o relator Jefferson Peres e coagi-lo a condenar Renan sem prova

“Veja” deste último fim de semana desce mais alguns metros pela manilha da chantagem, do achaque e da falta de escrúpulos. Em um texto verdadeiramente asqueroso, essa co-produção do Civita com os racistas sul-africanos, usa seu principal espaço para divulgar uma difamação contra o senador Jefferson Peres, relator, no Conselho de Ética, do próximo processo contra o senador Renan Calheiros.
A própria revista acaba por revelar que o vídeo que consta do DVD trombeteado por ela apareceu na campanha municipal de 2004 – e se refere a acontecimentos de 30 anos atrás, quando Peres era diretor de uma siderúrgica, e sobre os quais o senador já disse o que havia para dizer, assim como já houve as investigações que tinham de haver.
Portanto, a única coisa de novo que “Veja” acrescenta é promover uma calhordice municipal – ou, no máximo, regional – a assunto nacional.
Naturalmente, o texto se apresenta como uma defesa do senador Peres contra uma suposta ação de Renan, que estaria enviando DVDs e dossiês a outros senadores, para desmoralizar o relator do processo. Ou seja, o senador Peres estaria sendo vítima de seu colega, e não da “Veja”.
Não é a primeira vez que os extorsionários da Abril tratam o país, especialmente seus meios políticos, como se fosse um magote de retardados. Aliás, isso é o que a “Veja” faz sempre, ainda que devam existir exceções até agora não detectadas por nós.
A questão é a seguinte: o senador Renan quer ser absolvido ou quer ser cassado? Pois, se ele quisesse ser cassado, não haveria forma melhor do que essa.
Foi exatamente o que declarou o senador Jefferson Peres, no sábado, em entrevista à CBN: “Uma hipótese [de quem estaria por trás] seria gente do Renan, mas seria uma coisa tão burra que eu não acredito que ele fizesse isso. Eu acho que os meus adversários aqui e no Amazonas se aproveitaram disso para mandar o DVD. Até para [outros] pensarem que foi o Renan”.
Realmente, até agora, de todas as acusações que “Veja” fez a Renan, ainda não apareceu a de que seja um perigoso suicida. Pelo contrário, a acusação é a de que ele é capaz de tudo para continuar a viver – o que é, evidentemente, uma calúnia, pois Renan jamais pertenceu à família Civita.
Portanto, nos parece que o senador Peres tocou no ponto essencial. Mas por que a “Veja” promoveu essa produção de algumas pulgas a assunto político mais importante de sua edição? Ou, antes disso, quem são essas pulgas, cujas imundícies “Veja” está propalando, na sua atividade permanente de promover os crápulas?
Segundo a própria revista, o vídeo teria sido encomendado por Egberto Batista, irmão do ex-senador Gilberto Miranda. Os leitores mais antigos do HP já conhecem esses nomes: fizeram parte da matilha de predadores de Collor. Depois, fizeram parte da matilha de predadores de Fernando Henrique: até uma lei foi aprovada pelos tucanos na Assembléia de São Paulo, e sancionada por Covas, retirando uma ilha – a ilha das Cabras – do Parque Estadual de Ilhabela, para que Gilberto Miranda tivesse esse patrimônio ecológico à disposição do seu lazer.
Os dois enriqueceram fazendo lobby para empresas estrangeiras que se instalavam na Zona Franca de Manaus - e sempre aparecendo em outros negócios, para dizer o mínimo, esquisitos. O falecido senador ACM contava uma história exemplar: “Com a maior cara-de-pau, [Gilberto Miranda] me cobrou por telefone: ‘Senador, eu ouvi a gravação de sua conversa com um jornalista e queria fazer um reparo apenas: aquela coisa que saiu no jornal não foi coisa minha’”. Miranda, além de grampear o senador ACM, não teve inibições em se gabar disso para a própria vítima. Já o seu irmão, Egberto, entre outras coisas é um especialista em encontrar mães ressentidas de filhos extra-conjugais, verdadeiros ou falsos, dos adversários - como, em 2004, aconteceu com o atual prefeito de Manaus. O filho não existia – e a mãe era uma sociopata.
Obviamente, na revista, Miranda e Egberto aparecem como ligados a Renan. Mas não é este que está patrocinando nacionalmente as produções independentes dessa dupla fraterna.
Quanto ao objetivo, é evidente a intenção de coagir o senador Jefferson Peres para que apresente um relatório desfavorável a Renan, independente de provas – ou seja, sem que haja provas.
Em nossa penúltima edição, havíamos reproduzido a declaração do senador, que também é um jurisconsulto: “como relator de um processo eu terei que me ater ao que contêm os autos. (....) Se eu não conseguir alguma prova, testemunhal que seja, contra o senador Renan Calheiros, eu terei que dizer isso e pedir o arquivamento do processo”.
Nada mais justo. Porém, é exatamente isso o que fez com que “Veja” abrisse suas páginas aos irmãos Miranda Batista: para insinuar que, se o senador Jefferson Peres não encontrar provas contra Renan e pedir o arquivamento, terá sido por medo das acusações, e não porque essa é a conduta adequada a alguém que tenha senso de justiça. Possivelmente, é inevitável que a falta de integridade não possa conceber que outros a tenham, e façam questão de tê-la. Renan tem de ser cassado, segundo a doutrina jurídica de “Veja”, não porque haja provas - ou, talvez, sobretudo porque não há –, já que a quadrilha que a edita é que deve mandar nos senadores, e não a consciência de cada representante eleito pelo povo, ou as consciências de todos eles em conjunto. Isso, para a “Veja”, não existe, porque para ela só existem interesses espúrios. É por isso que textos repugnantes como o que examinamos parecem ser expelidos de forma tão sem remorsos, apesar de não passarem de uma chantagem vulgar – da qual ainda se acusa outros de serem os responsáveis.
Porém, na entrevista de sábado, depois de conhecido o teor da matéria de “Veja”, o senador Jefferson Peres reafirmou: “Não vou renunciar à relatoria, vou até o fim. Se tiver que condenar o Renan, eu o condeno. Também, se não encontrar nada, eu absolvo. Estou incomodado, chateado, aborrecido, mas intimidado, nem um pouco”.
C.L
Renan: documentação na Junta Comercial de Alagoas desmonta a acusação de Lyra
O presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), encaminhou sua defesa prévia, na quarta-feira passada, no processo em que é acusado pelo usineiro João Lyra de suposto envolvimento na compra de um grupo de comunicação em Alagoas por meio de “laranjas”. Apesar de ter entrado de licença médica, na segunda-feira, Renan decidiu cumprir o prazo de cinco sessões para rebater a representação do PSDB/DEM.
A denúncia de que Lyra e Renan teriam sido sócios, tendo testas-de-ferro à frente de duas rádios e um jornal, foi desqualificada pelos advogados José Fragoso Cavalcanti e Davi de Oliveira Rios, com base em documentação da Junta Comercial de Alagoas, referente ao ano de 2002, onde consta que os empresários Nazário Ramos Pimentel (99%) e Luiz Carlos Barreto Góes (1%) transferiram suas cotas do O Jornal para Lyra (99%) e José Carlos Paes (1%).
Essa transferência elimina a hipótese de participação no negócio do presidente do Senado, reforçada ainda pelo fato de que não foram feitas retiradas das empresas (pro labore), nem participado administrativamente nelas, como o próprio usineiro relata em seu depoimento ao corregedor do Senado, Romeu Tuma, em 17 de agosto.
“O negócio foi fechado com o Sr. João José Pereira de Lyra, em março de 1999, e se restringiu a 50% e 25% da Rádio Manguaba do Pilar, no valor total de R$ 650.000,00. O pagamento inicial foi realizado em moeda corrente, em 17 de março de 1999, tendo recebido das mãos do Sr. João José Pereira de Lyra...”, relata documento lavrado em cartório por Pimentel. O documento atesta, ainda, que Renan Calheiros foi, em 1998, apenas “portador de uma correspondência de Nazário Pimentel destinada ao Grupo João Lyra, que tinha interesse em diversificar seus investimentos, ingressando nos ramos das comunicações e turismo”.
Na defesa, o senador rechaça também a acusação de irregularidades no ingresso de seu filho, José Renan Filho, no Sistema Costa Dourada de Radiodifusão, apontando que a operação se deu de forma transparente e por meio de doação que consta “das respectivas declarações de renda e documentada materialmente mediante os cheques nominais emitidos”, o que desmonta a alegação de uso de intermediários.
“Se verdade fosse a imputação – e não é – desnecessária seria a doação de dinheiro do Representado ao filho para que este comprasse cotas e ingressasse na sociedade. Seria suficiente, para tanto, a simples transferência das cotas do suposto ou dos supostos ‘laranjas’ para o nome de José Renan Filho. O que não ocorreu”, ressalta o texto. O mesmo ocorrendo com a Rádio Manguaba do Pinhal, onde não se verifica desembolso por parte do novo sócio (Renan Filho) “em vista da assunção do passivo da empresa pelos sócios”.
Junto com a defesa prévia, o presidente licenciado do Senado entregou ao relator da representação, senador Jefferson Peres (PDT/AM), um DVD que tem um depoimento do ex-tenente-coronel da Polícia Militar (PM) Manoel Francisco Cavalcante em que revela os bastidores do crime organizado em Alagoas e o envolvimento de João Lyra na morte do tributarista Sílvio Viana, assassinado a tiros em 1996.
Renan também entregou a cada um dos senadores uma cópia de sua defesa na sexta representação, apresentada contra ele pelo PSOL, onde é acusado de favorecer uma empresa do ex-assessor José Albino Gonçalves com uma emenda ao Orçamento de R$ 280 mil. Ele anexou à defesa uma gravação de vídeo mostrando entrevistas com moradores das casas populares, obra que motivou a emenda parlamentar.
ed. 2615
31/10/07

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