sábado, 31 de maio de 2008

Antiga, mas tá valendo: Sindicato de Professores des escolas particulares questiona valores salariais apresentados na vEJINHa de 16/04/08!!

Aqui, a questão é a seguinte: o referido sindicato questiona os valores que saíram na vEJINHA, mas entendendo que, na verdade, as escolas passaram à revista dados que não seriam corretos. E que, portanto, se existem erros - e o sindicato acha que sim -, estes são fruto da má informação dada pelos colégios ou ( na pior das hipóteses ) má-fé destes. Mas, conhecendo as revistas do Klã Civita, os dados podem muito bem ter sido passados corretamente pelas escolas. Pois a montagem e, no final, a conclusão que foi publicada, interessaria àqueles que tentam culpar os professores da rede estadual pelo Apagão Educacional Continuado Tucano ( envelhecido 12 anos ) de São Paulo, naquela linha de raciocínio: "Os professores da rede particular ganham muitíssimo mais que os da rede pública, mas porque os da rede pública são mal-preparados; o Serra é bom até demais, já que estes professores só sabem faltar e não reconhecem o que o governo estadual faz por eles, dando um monte de bonus; se fossem melhor qualificados, ganhariam mais, mas se apegam a um corporativismo grevista e só fazem política...".
E por aí vai. Ou seja, mesmo que as escolas tenham dado tudinho mastigado para a vEJINHA, discriminando direitinho os números exatos de horas e aulas, dias e semanas, isso não seria interessante para a revista. Não importa falar em 10 horas-aula semanais e projeções, já que, feitas as contas, ela não teria como empurrar no rabo de seu leitor os valores vultosos apresentados, e que servem para justificar os péssimos salários e condições da rede estadual, como fruto intencional da política de escola arrasada do governador de São Paulo.
25/04/2008
A diretoria do SINPRO-SP ficou surpresa com os valores dos salários pagos aos professores nas escolas particulares que obtiveram melhor resultado no ENEM. Tão logo tomamos conhecimento da matéria publicada pela Veja São Paulo, edição de 16 de abril de 2008, procuramos averiguar a exatidão dos números divulgados, recorrendo à fonte mais confiável que o Sindicato tem em mãos: as guias de recolhimento da contribuição sindical.
Trata-se de documento incontestável, já que o recolhimento anual desse imposto se faz com base no salário efetivamente pago aos professores, a menos que a empresa cometa a irregularidade de fazer algum tipo de pagamento fora do holerite. Para obter a média real dos valores recebidos pelos docentes de uma escola, portanto, o SINPRO-SP apurou a massa salarial através da contribuição sindical e dividiu-a pelo número de professores da escola. Com essa metodologia, pudemos constatar que na maioria das escolas apresentadas pela revista o salário efetivamente pago não corresponde aos constantes na reportagem, conforme se verifica abaixo:
Escola (por ordem de desempenho no ENEM)
Salário médio divulgado na Veja São Paulo
Salário médio efetivamente pago de acordo com a contribuição sindical

Vértice R$ 6.000,00
R$ 2.285,90
Bandeirantes
R$ 7.400,00 R$ 6.491,45
Móbile R$ 9.400,00 R$ 3.898,35
Santa Cruz R$ 8.350,00
R$ 5.568,23
Agostiniano Mendel R$ 3.500,00 R$ 2.924,53
Etapa R$ 6.300,00
R$ 2.010,09
Palmares R$ 6.000,00
R$ 3.646,64
Albert Sabin R$ 7.200,00 R$ 3.275,23
A que se deve essa divergência? Ou por incompreensão sobre a forma como salário do professor é composto ou deliberada má-fé, neste caso com o objetivo de apresentar à sociedade aquilo que não são, isto, é boas pagadoras, as escolas informaram à revista Veja o resultado do salário aula de seus docentes multiplicado por 44 horas semanais, fato que superdimensinou os salários que os professores de fato recebem. Um exemplo serve para ilustrar essa lógica perversa: um professor recebe R$ 20,00 por hora-aula. Se o cálculo do salário for feito por 44 horas semanais, ele receberá, hipoteticamente, R$ 4.851, com a inclusão do DSR e da hora-atividade. No entanto, se esse mesmo professor der, por exemplo, 10 aulas na mesma escola, receberá apenas R$ 1.102,50. Para a revista Veja, as escolas – por incompreensão ou má-fé – informaram o que seria uma mera projeção de 44 horas semanais e não das 10 horas-aula que o professor efetivamente leciona.
O erro traz para os professores dessas escolas um profundo prejuízo porque criou situações de constrangimento embaraçosas, ao mesmo tempo em que estabeleceu uma falsa relação entre salários e desempenho didático-pedagógico, com a eventual conclusão de que a competência profissional dos docentes dessas escolas deve ser medida por valores arbitrários e equivocados. Os professores sabem que não é assim.
A diretoria do SINPRO-SP pretende oferecer a revista Veja esses esclarecimentos, a fim de que os jornalistas responsáveis pela edição do especial sobre o resultado obtido pelas escolas no ENEM, em ocasiões futuras, disponham de fontes mais confiáveis.

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