Sindicato dos Engenheiros: ‘CESP vale 3 a 4 vezes mais que o preço mínimo'
Para Murilo Pinheiro, presidente do Sindicato dos Engenheiros em São Paulo, preço mínimo de R$ 7 bilhões é irregular pois só ativos da usina Porto Primavera chegam a R$ 12 bi e, com a usina Três Irmãos, valor da CESP pode quadruplicar o mínimo “O preço mínimo da Cesp está muito aquém do real patrimônio. Não foram avaliados os ativos da usina de Porto Primavera. Os custos de tais bens dariam um montante de R$ 12 bilhões”, afirmou ao HP o presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP), Murilo Pinheiro, considerando que há “irregularidades na composição do preço mínimo” de cerca de R$ 7,05 bilhões para o leilão da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), marcado para o dia 26 de março.
Segundo Pinheiro, o patrimônio real da estatal “equivale ao custo de reposição da empresa. Assim, deveria ser três a quatro vezes maior do que o indicado como valor mínimo, levando em conta o valor de reposição também da usina Três Irmãos”, ou seja, entre R$ 21 bilhões e R$ 28 bilhões.
“Pela importância estratégica da energia ao desenvolvimento nacional e necessidade de investimentos para manutenção e ampliação do sistema, não se deveria entregar esse patrimônio público a particulares. As privatizações havidas no setor, em especial nos anos 90, apontam os equívocos dessa escolha. Entre os resultados mais do que conhecidos estão aumentos extraordinários nas contas de luz, queda na qualidade dos serviços e nenhum investimento na expansão, apesar de previsto nos contratos de concessão”, disse o engenheiro.
Na avaliação do presidente do SEESP, “a visão que tem norteado o governo do Estado é de que a Cesp não tem mais para onde se expandir, já é uma empresa pronta”. Porém, ele considerou que há capacidade de ampliação de 15% a 20% no caso de Porto Primavera e de outras usinas. “Dá para ampliar, isso era possível e teria que estar previsto. Se deixarmos dessa forma vai haver falta de energia”.
Pinheiro criticou o veto à participação de estatais estaduais de energia, como Copel e Cemig, no leilão (internacional) da Cesp, “o que fere o princípio republicano”.
VALDO ALBUQUERQUE
Trabalhadores e estudantes nas ruas em defesa da CESP
As centrais sindicais CUT, CGTB e CTB, a Apeoesp, o Sindsaúde e as uniões estudantis UNE, UBES, UPES e UMES realizam nesta sexta-feira (29), às 14 horas, uma manifestação em frente ao Palácio Bandeirantes, sede do governo paulista, quando será cobrado ao governador José Serra a suspensão do leilão de privatização da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), marcado para o dia 26 de março.
Segundo o manifesto de convocação do ato, “ao abrir mão da geradora, uma das maiores do país, o governo desiste também de um importante instrumento de indução do desenvolvimento. Como se sabe, geração de energia não é qualquer atividade econômica, mas sim interesse de Estado com importantes repercussões na vida da população, na atividade industrial e na economia em geral”.
“Já foi comprovado, na prática, que a privatização de empresas de geração de energia significa tarifa mais cara, apagão e desemprego”, afirmou o vice-presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira).
Para o presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Carlos Ramiro de Castro (Carlão), “as políticas levadas a cabo por este grupo que governa o Estado há 13 anos, que prioriza a privatização de estatais e setores essenciais, como o que está acontecendo com a Cesp no momento, com a linha 4 do Metrô, com a concessão de rodovias estaduais, além da precarização do serviço público na área da saúde, da educação e da segurança pública, atinge toda a sociedade paulista”.
A campanha contra a privatização da Cesp foi deflagrada no dia 18 pelas centrais sindicais com uma manifestação no centro da capital.
29/02/08
CAPIVARA DA PRIVATARIA
MEMÓRIA
Banespa e ‘‘rombos’’
Aloysio Biondi, Jornal Diário Popular , sexta-feira 30 de junho de 2000
No mês de maio, o Banespa teve um lucro na faixa de R$ 120 milhões, retomando assim a média mensal que lhe permitiu lucrar mais de R$ 1 bilhão no ano passado. O resultado exige a reflexão dos paulistas, pois volta a desmentir os argumentos apresentados para justificar a ‘‘privatização’’ do banco, vergonhosamente entregue pelo governo Mario Covas ao governo federal. O Banespa nunca esteve ‘‘quebrado’’ — pois tinha bilhões a receber do governo do Estado, uma situação totalmente diferente dos bancos privados que ‘‘quebraram’’ porque deviam aos depositantes, investidores em fundos que eles administravam etc., uma cifra muito superior aos valores que tinham a receber como retorno dos empréstimos que haviam feito. ‘‘Rombo’’, como você sabe muito bem, é quando alguém tem mais dívidas do que créditos. É o caso, por exemplo, do Banco Nacional, que tinha um ‘‘rombo’’ tão gigantesco, que o governo despejou nada menos de R$ 15 bilhões em seu ‘‘socorro’’.
Além de não apresentar ‘‘rombo’’, o Banespa é altamente lucrativo — como ficou demonstrado anos depois da ‘‘intervenção’’ combinada entre o governador Mario Covas e o presidente FHC. E é essa lucratividade que continua evidente, nos resultados de maio último. E são eles que, na verdade, devem ‘‘explodir’’ como autêntica bomba, dentro do próprio Judiciário, contra a ‘‘privatização’’ do Banespa. Por que? Como você sabe, há várias ações judiciais contra a venda do banco. Uma delas, que a grande imprensa procura esconder, é de autoria de nada menos de 11 procuradores da República — esses promotores fantásticos do Ministério Público que estão tentando combater a corrupção, negociatas e desmandos de governantes no Brasil ( e que, por isso mesmo, o honesto governo Fernando Henrique Cardoso tentou silenciar, com a chamada ‘‘lei da mordaça’’ ).
Pois bem: nessa ação, os procuradores apontam mais de 20 ilegalidades e irregularidades na privatização do Banespa, transformada em negócio suspeito. Você sabe o que aconteceu? A Justiça confirmou que as irregularidades e ilegalidades existem e suspendeu temporariamente o processo de leilão do Banespa. Mas essa decisão foi cancelada, dias mais tarde. Por que? A Justiça mudou de ponto de vista? Não. Ela reiterou que há irregularidades e ilegalidades no processo. Mas aceitou o ‘‘argumento’’ apresentado pelo governo federal de que o atraso na privatização do Banespa traria um prejuízo ao Tesouro da ordem de R$ 400 milhões — em um ano.
Que prejuízo seria esse? O governo diz que, se o Banespa fosse vendido por R$ 2 bilhões, usaria o dinheiro para reduzir a dívida do Tesouro, que paga juros de 20% ao ano, e representam portanto R$ 400 milhões (20% sobre os R$ 2 bilhões) ao ano. Os lucros de maio mostram mais uma vez que o argumento é mentiroso. Se ficar com o Banespa, o governo participará dos lucros de R$ 1 bilhão ao ano, ou duas vezes e meia o tal ‘‘prejuízo’’ de R$ 400 milhões. A Justiça vai enxergar a verdade. A privatização do Banespa continuará adiada. O povo paulista ganha tempo para organizar movimentos que a impeçam definitivamente.
“Rombos?" Covas e os paulistas
Aloysio Biondi, Jornal Diário Popular , sexta-feira 22 de outubro de 1999
Eletrizantes. Muita gente recortou e guardou em seus arquivos, durante anos, discursos que o senador Mário Covas fez no Congresso. Lideranças de seu partido de então defendiam o apoio a teses antidemocráticas do presidente da República. Coerente, fiel a seus princípios e seu eleitorado, Covas cuspia fogo, da tribuna, clamando que seu partido havia enfrentado a ditadura militar e não podia, em plena democracia, renegar o passado e se dobrar servilmente ao Presidente da República. Sua veemência levantou a bancada do partido. Os anos se passaram, chegou o “Brasil moderno”. Há dois domingos, os paulistas tiveram a oportunidade de avaliar a evolução de seu governador. O jornalista Bóris Casoy, que o entrevistava, questionou Covas sobre a privatização do Banespa e suas críticas ao secretário da Receita Federal, por causa da multa de 2,8 bilhões de reais aplicada ao banco. A resposta veio rasteira e rápida: “Eu quero é o “meu” (dinheiro). Quem é o culpado por essa multa é que deve pagá-la”. Para avaliar melhor a atitude do governador, é preciso recapitular alguns fatos:
Intervenção – o Banespa sofreu intervenção do governo federal, às vésperas da posse de Covas. O Banco Central alegou que o banco paulista estava “quebrado”. O tempo se encarregou de mostrar que isso era mentira, como deixou claro também que os interventores do Banco Central “falsificaram” balanços do Banespa para inventar prejuízos. Motivo das manobras: convencer os paulistas da (falsa) necessidade de privatizar o Banespa. O governador Covas foi conivente.
Prova definitiva – agora, preste atenção. A multa aplicada pela Receita Federal tem uma importância imensa, que a grande imprensa não destacou até agora. Qual é? Veja bem: o Banespa foi multado exatamente porque seus diretores, os interventores do governo federal fizeram (outros) balanços falsos, para criar prejuízos inexistentes ou reduzir os lucros. Reflita um minuto: o episódio da multa revelou, para a sociedade brasileira, aquilo em que ela se recusava a acreditar: o governo FHC/Malan & Cia. Falsificava até balanços para forçar a privatização, isto é, para poder doar patrimônio coletivo a determinados grupos empresariais, brasileiros ou multinacioanis. Há governadores coniventes com esse autêntico assalto, em que bilhões e bilhões de reais pertencentes aos contribuintes, isto é, trabalhadores, classe média, empresários, agricultores são transferidos para os bolsos e os cofres de grupos que enriquecem cada vez mais.
A esta altura você deve estar pensando com seus botões: “Pelo menos, o governador Covas está defendendo os contribuintes de São Paulo, recusando-se a pagar a multa”. Engano seu. Pense bem: os balanços falsificados representam prejuízos giantescos ao Estado ( aos paulistas ), que continua a ser acionista do banco, e Covas não tocou nesse assunto. Continua conivente. “Atrelado” ao governo FHC e às manobras sujas da política de privatização. Passado esquecido. E há mais aberrações nesse caso, como se verá nesta coluna no domingo.
À beira do naufrágio
Aloysio Biondi
Revista dos Bancários
Ed. 40 - Jan/ 99
O acordo proposto com o FMI é tão humilhante que impede o governo brasileiro de adotar decisões para reduzir as dívidas externa e internaPor Aloysio Biondi‘Agora não é o cachorro que balança o rabo. É o rabo que está balançando o cachorro.” Quem tem memória, e idade, certamente se lembra dessa ironia, repetida milhares de vezes nos anos 70 e começo dos anos 80, quando a dívida externa brasileira explodiu. Não pense que se tratava de força de expressão, coisa de economistas de oposição, ironicamente os homens que hoje estão no poder. Era pura verdade. O Brasil não conseguia adotar política econômica para administrar seus problemas, inclusive a dívida – porque tudo girava em torno dela.
O país sofria um “estrangulamento cambial”, falta de dólares, como gostavam de dizer os opositores, amigos do então sociólogo Fernando Henrique Cardoso. Hoje o Brasil vive exatamente a mesma situação. Após “arrombar” seu mercado a importações, atrair capitais especulativos, adotar taxas de juros altíssimos, arrebentar com esses juros, o Tesouro da União, estados e municípios, o Brasil foi “vítima” do socorro do FMI e governos "muy" amigos. O acordo proposto é tão humilhante que impede o governo brasileiro de adotar decisões para reduzir a dívida externa de 220 bilhões de dólares, e a própria dívida interna, de 400 bilhões de reais. No passado, a dívida deixou o Brasil nas mãos dos credores a um ponto igualmente inimaginável. Suponha que um país rico, como os EUA ou a França, se dispusesse a emprestar 1 bilhão de dólares de que o Brasil precisasse desesperadamente para pagar compromissos que estavam vencendo. Os emprestadores se contentavam em cobrar taxas de juros, mesmo que mais altas? Nada disso. Eles chegavam para os governantes brasileiros e diziam: - Olhem, a gente empresta aquele 1 bilhão que vocês querem. Mas, sabe como é, além desse 1 bilhão os senhores vão ter de tomar emprestados outros 2 bilhões de dólares...
Os empréstimos “extras” tão solicitamente oferecidos por empresas daqueles países, mesmo que seus produtos já fossem fabricados no Brasil. O país era obrigado a comprar, a crédito, produtos e serviços de que não precisava, e foi assim que comprou trens elétricos da França, aceitou fábricas de automóveis ou trigo dos EUA, e até o famoso programa nuclear imposto pela Alemanha, que desejava vender usinas atômicas para garantir encomendas aos fabricantes do setor.
O presidente Fernando Henrique Cardoso, se quisesse, poderia enfrentar o FMI e Clinton e buscar alternativas. Primeiro porque, no plano interno, a situação da economia brasileira é totalmente diferente do estágio em que se encontrava naquela época. Segundo, porque no plano externo há grandes mudanças no cenário internacional, com enfraquecimento da posição de hegemonia dos EUA e ascensão da Europa. O FMI, o governo Clinton e os banqueiros internacionais estão brincando de “gato-e-rato” com o governo FHC e o Brasil. Nesse jogo os principais lances levam os nomes de: “rambo” do Tesouro; disparada das taxas de juro; falta de dólares; confiança dos investidores/credores; buraco das privatizações; estratégia da recessão e, finalmente, a entrega do petróleo e BB. Você pode ver, agora, como é o “jogo de gato-e-rato” na prática.
O “rambo” do Tesouro, ou mais precisamente, do setor público, englobando União, estados e municípios explodiu por causa dos juros nas alturas. Juros utilizados exatamente para atrair aplicações em dólar capazes de compensar o “rambo”, a torra de dólares provocada pelas importações gigantescas resultantes do “escancaramento” do mercado. Neste ano, o “rambo” chegou a incríveis 75 bilhões de reais, ou 8,3% do PIB, ou o dobro dos 4,1% do PIB de 1997 no acumulado de doze meses até outubro. Por causa de todos esses “rambos”, a dívida do setor público no Brasil vai estar perto dos 400 bilhões de reais no final do ano – ou sete vezes os 60 bilhões de reais devidos no começo do primeiro mandato de FHC. O tamanho da dívida, e dos “rambos”, assusta os credores, que temem que o Brasil, de um hora para outra, “dê o calote”, declare “moratória”. Por isso mesmo, o FMI quer que o Brasil reduza violentamente o rombo em 1999, com o tal “ajuste fiscal”. E é aqui que o jogo de “gato-e-rato” entra em cena. Por quê? O FMI quer que o déficit total não passe de 4,7% do PIB ( contra 8,1% a 8,3% em 1998 ). Isto é, um “rambo” de 43 bilhões de reais, contra 75 bilhões de reais este ano. Como o governo brasileiro vai chegar lá? Reduzindo os juros, a causa do “rambo” ? Não. Vai ser forçado a ter saldo positivo, entre todas as despesas e receitas, de 23 bilhões de reais. E gastará em juros nada menos que 66 bilhões de reais ( isto é, o saldo positivo geral de 23 bilhões compensará uma parte dos juros, mas ainda ficará um “rambo” ). O FMI não permite que o Brasil reduza os juros. E isso não é força de expressão.
Falta de dólares – Parece loucura, mas o FMI proibiu o Brasil de “manter” reservas abaixo de 20 bilhões de dólares. Está aí o “jogo de gato-e-rato”: obviamente, o Brasil não pode “imprimir” dólares para formar suas reservas. Elas dependem, óbvio, de o país conseguir saldos positivos em seus negócios com o exterior e ainda ter a confiança dos banqueiros/investidores internacionais, ou mesmo das multinacionais, capazes de fazer novos investimentos no país. E essa confiança, por sua vez, depende de o Brasil reduzir o “rambo” do setor público e cumprir as demais metas do FMI. Missão impossível. O rabo balançando o cachorro.Se as reservas começarem a cair, o Banco Central não poderá adotar medidas contra a fuga de capitais ou controles sobre importações para segurar os dólares. Terá de reduzir... a quantidade de dinheiro em circulação. Na visão do FMI, com menos dinheiro disponível, as taxas de juro voltarão a subir, e não será vantajoso comprar dólares ou remetê-los para o exterior. Vale dizer: novamente juros malucos que, de um lado, provocam mais “rambo” do Tesouro, que abala a confiança dos investidores e frustra as próprias metas do FMI. Isso de um lado. De outro, os juros altos voltam a provocar recessão, que também derruba a arrecadação, aumenta o “rambo”, abala a confiança internacional. E, além disso, reduz o interesse das multinacionais em investir no país já que o mercado estará retraído.
Otimismo suspeito – Sempre minucioso, como todo torturador experiente, o FMI diz que o Brasil poderá manter o nível mínimo das reservas porque, entre outros fatores, vai haver “rombo” menor na balança comercial e balança de “serviços” ( juros internacionais, remessa de lucros, assistência técnica, turismo, fretes ). Aqui, o gato está exagerando em seu maquiavelismo. O “rambo” externo do Brasil, na chamada balança de contas correntes ( balança comercial mais a de serviços ) deve chegar aos 35 bilhões de dólares este ano. Segundo o esperto FMI, ele cairá para 26 bilhões de dólares em 1999, isto é, “rambo” 9 bilhões de dólares menor. Você pode descobrir facilmente que essa meta é mentirosa. O Brasil, de acordo com o FMI, depois de sofrer déficit de 6 bilhões de dólares em 1998, conseguiria uma “virada” e teria saldo positivo de 2,8 bilhões de dólares na balança comercial, com crescimento de 7% nas exportações, e queda de 7% nas importações ( neste caso, como conseqüência da recessão ). Ora, como aumentar exportações em 7% com a retração dos mercados mundiais e, principalmente, com a previsível queda nas exportações agrícolas em decorrência da quebra de safras por causa da falta do apoio à agricultura e aos efeitos da La Niña? Na verdade, o Brasil vai precisar importar mais em 1999. Além disso, como acreditar em melhora na balança de “serviços” diante da violenta alta dos juros internacionais sobre os empréstimos ao Brasil? A propósito, os empréstimos da “operação socorro” são um caso de agiotagem internacional nunca visto, com cobrança de uma sobretaxa de 4,6% e que pode chegar a 5,6%. O Brasil pagará o dobro da taxa habitual dessas operações.As metas fixadas com o FMI são inviáveis, e não cumpri-las significa a suspensão do acordo. Por isso, sempre que o acordo perigar, o FMI e Clinton poderão “sugerir” ao governo para acelerar a privatização de estatais – incluindo aí a Petrobrás, o BB, o Banespa e as últimas energéticas. O Brasil inteiro viu a inutilidade das privatizações, que só empurraram ainda mais o país para o buraco, já que as ex-estatais, privatizadas, passaram a remeter lucros, pagamentos de assistência técnica etecetera para o exterior. Isto é, as privatizações aumentaram o “rambo” para sempre. E quanto maior o “rambo” pior, muito pior para o povo brasileiro, que terá de enfrentá-lo.
E prá finalizar...
Serra é muito cara-de-pau ao tentar explicar o destino que dará à pouca grana que - tomara que não - receberá na "venda" da CESP: rodovias, Metrô, "educação", ou seja, de forma genérica.
Acontece que o próprio Metrô está na mira de sua vigarice privatista. O mesmo vale para cada palmo de estrada desse Estado, a Nossa Caixa. Vejam bem: seria o mesmo que dizer, hipotéticamente, que venderia a CESP para descolar grana para injetar na CESP e, depois, privatizá-la, da maneira que nós conhecemos.
Roubo, mentira, tapioca da grossa.
Ou mandioca.
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