sábado, 19 de julho de 2008

De casa nova: RESGATADO DA SARJETA

19 Julho, 2008

Sim, amigos ( posso chamá-los assim ? ) ... Após passar uma corrente e cadeado no outrora glorioso Cata-Milho ( parece até que foi ontem... Ah, é! Foi mesmo!! ), segui em queda livre: não tinha forças para me barbear, tomar banho, minha barriga crescia.
Mas fui resgatado do limbo por uma grande alma: o sr. Servílio Gentil Lavapés, um ex-proprietário de jornal ( que, segundo ele próprio, tinha culhões: se apoiasse uma figura, iria até o fim, mesmo com a opinião pública francamente contrária; bastava o sujeito pagar bem ) acionou-me para que voltasse a blogar. Disse ele que eu não precisaria me preocupar com o que eu escrevesse, contanto que conseguisse aumentar as visitas ao blog. Pois bem!! Já estou em plena atividade.
O blog chama-se B.F.I. e o link é
http://ocorreiodaelite.blogspot.com

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quinta-feira, 17 de julho de 2008

FIM DAS TRANSMISSÕES!!!

É ISSO MESMO!!!!
SEM CONDIÇÕES DE ACESSO AO LOCAL ONDE EU PODERIA, COM AS DEVIDAS ALTERAÇÕES NO HTML, FAZER AS MUDANÇAS NO BLOG - QUE MUITA GENTE [ SENDO QUE O ÚLTIMO FOI O MEU CAPANGA VINÍCIUS DUARTE ] TEM COBRADO, OU SEJA, SUMIR COM OS POP-UPS, FLASHES, ETC. [ POIS, REPITO, NÃO POSSO FAZER MAIS NENHUMA MUDANÇA, COMO ATUALIZAR LINKS EXTERNOS, EXCLUIR LINKS INSERVÍVEIS, EXCLUIR ENQUETE, MUDAR CORES, PORTANTO SENHORES, FUI EMPICHADO ], DECIDI QUE ESTE GLORIOSO CATA-MILHO DEIXARÁ DE SER ATUALIZADO...


EM BREVE, RESSURGIREI NO BLOGSPOT.
ENQUANTO ISSO, PEÇO AOS QUE DESEJAREM CONTINUAR ACOMPANHANDO-NOS, QUE DIRIJAM-SE AO NÃO MENOS GLORIOSO OUTRO BLOG MEU, O ENCALHE [ QUE, ALIÁS, TEM MUITO MAIS ACESSOS QUE O FINADO CATA-MILHO ] , HOSPEDADO NO WORDPRESS.
O LINK PARA A PÁGINA É:


This is theee...
EEEENNDDDDD...









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quarta-feira, 16 de julho de 2008

Hora do Povo: "Presidente do STF solta duas vezes o ladrão que tentou subornar delegado. Procuradores pedem impeachment do meritíssimo" !!!

Mendes ignora TRF e STJ no afã de livrar Daniel Dantas
Fechou os olhos até para suborno comprovado

Ao fim da semana passada, alguns lembraram o processo movido pelo atual presidente do STF, Gilmar Mendes, contra o jurista Dalmo Dallari. Este havia escrito, quando Mendes foi nomeado por Fernando Henrique para o STF: “se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional. (...) o nome indicado está longe de preencher os requisitos necessários para que alguém seja membro da mais alta corte do país”. A razão de Dallari era a atuação de Mendes como advogado-geral da União no governo Fernando Henrique. Pelos recentes acontecimentos, vê-se que ele não estava errado. O atual presidente do STF perdeu a questão contra Dallari na Justiça.
Na quarta-feira, enquanto a liderança do PSDB no Senado emitia nota em seu apoio, Gilmar Mendes declarava que a “jurisprudência do STF” (sic) era igual tanto para os pobres quanto para os ricos. O ministro se equivoca ou não sabe o que é jurisprudência - coisa em que não acreditamos. Ninguém está discutindo a “jurisprudência do STF”. O que está se discutindo são suas decisões unilaterais (“monocráticas”, como se diz em Direito), que, em menos de 24 horas, passando por cima de todas as instâncias intermediárias da própria Justiça, livraram duas vezes da cadeia um dos maiores escroques já aparecidos por aqui. Isso é muito diferente de discutir a “jurisprudência do STF”.
Como notou outro jurista, não há precedentes para tais decisões na história do judiciário brasileiro. Certamente, havia no inquérito sobejas provas de todas as acusações - gestão fraudulenta, formação de quadrilha, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, uso de informações privilegiadas e outros crimes, pois a carreira de Dantas é quase um Código Penal. Mas, o que tornava a prisão preventiva absolutamente mandatória era a ação de Dantas em interferir nas investigações – o que ficou claro pela oferta de suborno de um milhão de dólares a um dos delegados que o investigava. Essa tentativa foi gravada em áudio e vídeo, e, até mesmo, duas parcelas do dinheiro foram entregues ao delegado Vitor Hugo Rodrigues Alves. Portanto, estava demonstrada – mais do que isso era impossível – a tentativa de Dantas de interferir nas investigações, mais ainda quando o inquérito também demonstrou - como, aliás, era notório - que seu suborno também se estendia a comerciantes que dão plantão em certos jornais e revistas.
Porém, o presidente do STF considerou que o juiz de primeira instância, Fausto De Sanctis, “não indicou elementos concretos e individualizados, aptos a demonstrar a necessidade da prisão cautelar”.
A sentença do juiz De Sanctis tem 175 páginas – é um minucioso arrazoado dos motivos pelos quais a prisão preventiva de Daniel Dantas era não só cabível, como necessária. Além disso, não é preciso conhecer o Direito para saber que tentar subornar um delegado é interferir nas investigações.
No entanto, Mendes considerou, ao conceder o segundo habeas corpus, que o depoimento de Chicaroni (o emissário de Dantas para subornar o delegado) não é suficiente para concluir que Dantas está envolvido na tentativa de suborno, porque em apenas um momento ele é citado, quando o emissário “informa ter conhecimento que o controlador do Grupo Opportunity é Daniel Dantas e que Humberto (Braz, o outro emissário) estava na condição, naquele momento, de representante dos interesses do Grupo Opportunity”. O presidente do STF acha que isso não é indício de que Dantas tentava subornar o delegado. Nem as gravações, nas quais o emissário diz que Daniel Dantas está preocupado com a primeira instância, “uma vez que no STJ e no STF ele resolveria tudo” e que queria que o delegado “livrasse três, o Daniel, a irmã e o filho”. E nem o dinheiro, apreendido na casa de Chicaroni.
Sobre o papel de 2004 com a inscrição “contribuição para que um dos companheiros não fosse indiciado criminalmente”, Mendes afirma que é um papel apócrifo, que somente como exercício mental pode-se considerá-lo como um indício de alguma irregularidade. A respeito desse e de outros papéis que foram encontrados na casa de Dantas, Mendes diz que eles são de duvidosa idoneidade e vago significado, não justificando um pedido de prisão.
Por muito menos, houve gente que foi parar em Alcatraz. No entanto, a PF queria apenas uma prisão preventiva. Mas, segundo Mendes, os papéis, as gravações, enfim, as provas, não têm importância – quando o acusado chama-se Daniel Dantas.
Repare-se que Mendes recorreu a um expediente que, como apontaram vários juristas, é francamente ilegal e inconstitucional. O habeas corpus anterior havia sido concedido contra a prisão temporária, decretada pelo juiz De Sanctis, com o objetivo de impedir Dantas de destruir provas. A segunda prisão de Dantas, que não era temporária, mas preventiva, tinha outra base: impedi-lo de fugir, como o agora extraditado Cacciola, e de interferir nas investigações. Mas o presidente do STF tratou as duas prisões como se fossem a mesma - como se a PF e o juiz De Sanctis estivessem insistindo nos mesmos motivos - e saiu clamando contra um suposto “desrespeito” ao seu habeas corpus anterior. Assim, o seu segundo habeas corpus é uma reafirmação do primeiro habeas corpus, como se o pedido da PF e a sentença da primeira instância fossem iguais, apesar de serem inteiramente distintos.
Por que esse expediente? Com isso, Mendes passou por cima da segunda instância - o Tribunal Regional Federal (TRF) – e da terceira – o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Assim, Dantas, em vez de fazer como todos os réus e recorrer ao TRF e depois ao STJ, recorreu logo à última instância, o STF, e foi atendido. Realmente, nunca houve uma sentença dessas na História do país. Criou-se, como observou o procurador Rodrigo de Grandis, um foro privilegiado para um único indivíduo: Daniel Dantas.
Gilmar Mendes era o menos indicado dos ministros do STF para conceder tal benefício a Dantas. Poderia, e teria razão, alegar suspeição – que não torna suspeito o juiz, mas, ao contrário, o livra de possíveis suspeitas se julgar determinada causa.
Mendes foi nomeado por Fernando Henrique, do qual foi Advogado-geral – e são evidentes os vínculos de Fernando Henrique e dos tucanos com Dantas (ver matéria nesta página e artigo na página 5).
Mais ainda: Mendes é amigo do advogado Luiz Carlos Madeira, um dos três advogados de Dantas que foram ao STF pedir prioridade para o habeas corpus do cliente. Madeira é advogado de Dantas quase desde a fundação do Opportunity, seu banco de segundo andar. Nesse mesmo período, foi também ministro do Tribunal Superior Eleitoral, tendo Gilmar Mendes por colega. No último dia 14 de maio, numa das gravações colhidas pela Operação Satiagraha, aparece a irmã e sócia de Dantas, Verônica, dizendo a alguém de nome Artur: “Precisa passar os detalhes sobre a legislação para o Madeira, que é amigo do Gilmar, e isso pode parar na mão dele (Mendes)”.
C.L.

Há farta prova contra o dono do Opportunity, afirma Tarso
O ministro da Justiça, Tarso Genro, avaliou que a revogação da prisão de Daniel Dantas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, “repercute de maneira negativa na população” e que a liberação pode facilitar a fuga do dono do Opportunity. “Essa possibilidade (a fuga) realmente existe”, disse, considerando que isso “depende da liberação que foi dada, se tem restrição ou não no território nacional”.
Tarso declarou que há “farta prova dentro do processo” contra Daniel Dantas, e que além dos crimes financeiros é um fato “praticamente comprovado” que ele tentou subornar um delegado da PF.
Sobre a alegação da defesa de Dantas de que haveria perseguição política por causa da disputa do comando da Brasil Telecom com setores do governo, como os fundos de pensão, Tarso disse que isso não tem “força moral”. “Eu pergunto: tem valor essa alegação, feita por uma pessoa contra quem já está praticamente comprovado no processo que tentou comprar um policial federal para distorcer o andamento do inquérito?”, afirmou.

Carvalho desmente que procurou Ministério a pedido de Greenhalgh
O chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Gilberto Carvalho, divulgou nota nesta segunda-feira esclarecendo o contexto de conversa com o advogado e ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh, divulgada na mídia sobre a Operação Satiagraha.
“No dia 28 de maio, o Dr. Luiz Eduardo Greenhalgh informou-me que um cliente seu, Humberto Braz, cuja identidade até então eu desconhecia, fora seguido no Rio de Janeiro, após deixar os filhos na escola, e que, interceptado pela Polícia do Rio, o condutor do carro que pretensamente lhe fazia a perseguição se apresentou como Tenente da Polícia Militar de Minas Gerais exibindo documentos que diziam estar a serviço da Presidência da República. Dr. Greenhalgh me indagou se procedia esta informação, uma vez que poderia se tratar de tentativa de seqüestro comum, com uso de documentação falsa”, diz a nota de Carvalho.
“Procurei o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. Fui informado de que o referido Tenente estava credenciado pelo GSI, mas o trabalho que realizava nada tinha a ver com o cidadão citado. Repassei pelo telefone esta informação ao Dr. Greenghalg, que na ocasião, pediu que eu obtivesse mais informações junto à Polícia Federal. Como já havia dado a informação essencial ao advogado no que dizia respeito à segurança pessoal de seu cliente, não fiz contato algum nem com o Ministério da Justiça e nem com a direção ou qualquer integrante da Polícia Federal, conforme já declarado pelas respectivas autoridades”.

Abin nega envolvimento na Operação Satiagraha
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) afirmou em nota, nesta segunda-feira, que são “absurdas e levianas” as informações de que tenha realizado grampo telefônico em apoio às ações da Polícia Federal na Operação Satiagraha que resultou na prisão de Daniel Dantas.
“A direção geral não tem e não teve nenhuma participação ou iniciativa, muito menos ingerência, nos fatos que resultaram na referida operação policial. Desde que deixou a direção do Departamento de Polícia Federal, em agosto de 2007, o atual diretor geral da Abin dedica-se exclusivamente à sua função”, diz a nota.
“A Abin não realiza quaisquer atividades para as quais não possua respaldo na legislação em vigor. Por isso, considera absurdas e levianas as declarações de que tenha executado monitoramento telefônico de quaisquer pessoas, sejam elas do setor público ou privado”.
Eike Batista é alvo da PF por fraude em licitação, sonegação e desvio de ouro
A Polícia Federal investiga o empresário Eike Batista, dono do grupo EBX, sobre denúncia de fraude na concessão de uma estrada de ferro no Amapá. Na última sexta-feira, a PF deflagrou a Operação Toque de Midas, que cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Eike Batista e nos escritórios do grupo no Pará, Amapá, Minas Gerais e no Rio de Janeiro.
“Foram encontrados indícios de direcionamento da licitação”, diz a PF, para a Acará Empreendimentos, uma segunda empresa da EBX, que repassou a concessão para a primeira empresa, a MMX.
Segundo a polícia, “a referida concessão foi obtida por uma segunda empresa perante o governo do Estado do Amapá. A companhia vencedora repassou a concessão para a primeira empresa, ambas do mesmo grupo econômico”.
Além disso, a PF investiga o desvio de ouro lavrado nas minas do interior do Amapá, “havendo fortes suspeitas de que o minério não esteja sendo totalmente declarado perante os órgãos arrecadadores de tributos, principalmente a Receita Federal”, disse a nota da polícia.
A MMX teve o controle vendido no início do ano para a mineradora sul-africana Anglo American. A operação resultou na criação da Newco, que ficou com duas das quatro minas de ferro da MMX, o sistema Amapá e o sistema Minas-Rio.
Além do ramo de mineração, onde atua através da MMX, Eike Batista recentemente ingressou no ramo de petróleo com a OGX - criada há cerca de um ano - a empresa que protagonizou a maior abertura de capital da história do país. Em novembro do ano passado participou da nona rodada de licitação da ANP, de onde o governo retirou 41 blocos na camada do pré-sal. Arrivista financiou candidaturas
A Polícia Federal apreendeu no apartamento de Daniel Dantas a planilha “Contribuições ao Clube”. A planilha lista o pagamento de R$ 25 milhões, em 2004, “para despesas da campanha de Letícia”. Outra citação refere-se a pagamentos em outubro de 2002 e janeiro de 2003 para a “campanha de João à Presidência”, no valor total de R$ 5,5 milhões.
Além disso, está registrado o pagamento de 1,5 milhão (de reais ou dólares) feito em 2004, a titulo de contribuição para que um de seus colaboradores não fosse indiciado criminalmente. A pessoa que intermediou o acerto foi um tal de “Pedro” e foi pago em dinheiro vivo.

Governo e privatizações de FH fizeram fortuna de DD
Apesar de algumas aventuras anteriores ( especialmente na época do Plano Collor, onde várias notícias dão conta de que ele se valeu de informações privilegiadas às vésperas do confisco ), foi somente no governo Fernando Henrique que Daniel Dantas conseguiu turbinar a sua fortuna.
1) Em 1993 ele fundou o Opportunity. Mas, até Fernando Henrique assumir o governo, esta pequena arapuca financeira não tinha nenhuma importância. Em 1996, passou a fazer parte do esquema do Banestado – o envio ilegal de divisas para fora do país – junto com o Araucária, na época o banco da família Bornhausen e outros. O Opportunity especializou-se em colocar para dentro do Brasil dinheiro antes evadido como se fosse capital estrangeiro, para burlar o fisco.
2) Mas nada se comparou às privatizações. Em 1997, antes que começassem as privatizações da telefonia, US$ 2,5 bilhões foram depositados em um fundo do Opportunity, o CVC/Opportunity Equity Partners FIA. Os depositantes haviam sido os fundos de pensões das estatais, controlados por Ricardo Sérgio – então diretor do Banco do Brasil – e por Eduardo Jorge, secretário de Fernando Henrique. Havia centenas de melhores investimentos que os fundos de pensão poderiam fazer. O único efeito – a rigor, o único objetivo – desse depósito, era bancar Dantas, preparando o Opportunity para ser o principal representante tucano nos “consórcios” com empresas estrangeiras.
3) Aproveitando-se do dinheiro dos fundos de pensão estatais, Daniel Dantas, em conluio com uma certa Mary Lynn Turner, diretora do Citibank, fez com que esse banco americano formasse o CVC/Opportunity Equity Partners Ltd. e o nomeasse administrador. Assim, Dantas controlava os dois fundos, o primeiro, conhecido como “CVC/nacional”, e o outro, conhecido como “CVC/internacional”, sem colocar dinheiro de seu - exceto 0,06%.
4) No ano seguinte, com esses dois fundos, Dantas apropriou-se da Telemig Celular e da Amazônia Celular (junção das divisões de telefonia celular das teles do AM, PA, AM, RR e MA). Além do dinheiro dos fundos de pensão depositado no “CVC/nacional”, o governo ainda obrigou esses fundos a montarem um consórcio com o Opportunity – assim, a parte de Dantas no consórcio com os fundos das estatais era bancada por esses próprios fundos – e com a multinacional canadense TIW.
5) Em junho de 1998, Dantas açambarcou a Brasil Telecom (junção das teles do DF, RS, SC, PR, GO, MS, MT, TO, RO e AC). O consórcio foi outra vez entre o Opportunity e os fundos de pensão, mais a Italia Telecom. Dantas havia progredido: dessa vez entrou com 0,56% de recursos próprios.
6) Em ambas as privatizações mencionadas, o governo Fernando Henrique, montou um “acordo acionário”. Na primeira, os fundos de pensão eram obrigados a votar com Dantas nas assembléias do consórcio, a Telparte Participações S.A. Assim, os fundos das estatais depositavam dinheiro seu no Opportunity, eram obrigadas a se submeter a ele na privatização e, depois, obrigados a sustentá-lo na direção das empresas privatizadas. Estabeleceu-se que Dantas só poderia ser destituído da direção do CVC se a oposição a ele tivesse mais de 90% dos cotistas. Por fim, estava previsto que se um fundo de pensão votasse contra Dantas teria seu direito de voto suspenso por 12 anos.
7) Na segunda privatização acima mencionada, estourou o escândalo das gravações do BNDES, com conversas telefônicas onde Mendonça de Barros, Persio Arida, André Lara Resende, Ricardo Sérgio e o próprio Fernando combinavam a entrega da Telemar – a junção de teles de 16 Estados – ao Opportunity e à Telecom Italia. Mendonça de Barros pede que Ricardo Sérgio (diretor do BB, controlador, através de alguns prepostos, da Previ, o fundo de pensão do banco, e arrecadador de Serra e Fernando Henrique) banque o Opportunity. Este fala que “estamos no limite da irresponsabilidade”. Mendonça responde, algo eufórico: “É isso aí, estamos juntos. E Ricardo Sérgio: “Na hora que der merda, estamos juntos desde o início” (v. artigo de Gilson Caroni na página 8). Na verdade, Ricardo Sérgio fazia jogo duplo. Ao final, bancou em parte o Opportunity, mas fez os fundos jogarem principalmente no seu competidor, o grupo Jereissati. Mesmo assim, após o leilão, o governo impõe o Opportunity como sócio minoritário na Telemar.
8) Dantas também entrou na privatização do porto de Santos, através da “Santos Brasil”, na das empresas elétricas (Escelsa - Espírito Santo Centrais Elétricas – e Cemig - Companhia Energética de Minas Gerais), na do Metrô do Rio, sempre com os fundos das estatais à sua disposição, e na maior das privatizações, em que os fundos de pensão se consorciaram com a CSN, a da Vale do Rio Doce, no último momento o Opportunity entrou no açambarcamento da maior mineradora do mundo. Sabe-se o nome de quem aplainou o caminho para o Opportunity na Vale:
Ricardo Sérgio de Oliveira.

Lula apóia as prisões e as investigações da PF
O presidente Lula afirmou que a Polícia Federal cumpriu o seu papel ao prender Daniel Dantas durante a Operação Satiagraha. “A PF faz a sua investigação e toma suas decisões com base em decisão judicial. Ela não pode prender ninguém sem uma decisão judicial, não pode entrar na casa de ninguém sem decisão judicial”, declarou Lula, em entrevista durante a sua visita ao Vietnã, respondendo às críticas contra a ação da polícia.
Para Lula, a única maneira de alguém evitar uma investigação da PF é “andar na linha”. “Quem acha que pode viver de picaretagem, pode viver, mas um dia cai. Aí, vai ter que arcar com as conseqüências. Nós vamos continuar investigando toda e qualquer denúncia contra toda e qualquer pessoa”, assinalou. Quando um repórter perguntou sobre as prisões da PF contra “pessoas importantes” no Brasil, Lula ironizou: “Importante para quem, cara pálida?”. “Do que vi até agora, nenhuma pessoa envolvida tem qualquer importância político-eleitoral”, frisou.
Lula destacou que não quer “nem punir antecipadamente, nem absolver antecipadamente”. O presidente advertiu que “é importante que a PF trabalhe com todo o cuidado para não criar manchetes envolvendo nomes de pessoas que depois se transformam em inocentes e ninguém pede desculpas”.
Na segunda-feira (14), o presidente Lula e os ministros da coordenação política avaliaram como “consistente” e “exitosa” a Operação Satiagraha, em reunião no Palácio do Planalto. Concluíram, contudo, que foi um erro a PF dar exclusividade para a Globo nas imagens das prisões.

PF aponta colunistas e revistas na folha de pagamento de Dantas
O relatório final da Operação Satiagraha, assinado pelo delegado da Polícia Federal, Protógenes Pinheiro de Queiroz, afirma que a organização criminosa de Daniel Dantas manipula a mídia e compra jornalistas. O documento tem um capítulo inteiro sobre o envolvimento da mídia com a organização do dono do Opportunity.
O delegado escreve que as revistas “Veja” e “IstoÉ Dinheiro” estão a serviço do grupo de Dantas. O documento cita nominalmente Diogo Mainardi e a “Veja” como colaboradores da organização criminosa. Em um trecho do relatório, o delegado descreve: “... recente artigo publicado no dia 12.04.2008, edição 2054, da própria revista Veja, elaborado por um dos jornalistas colaboradores dessa organização criminosa, Diogo Mainardi [ OBS: Olha o duplo sentido involuntário: qual é a organização criminosa com a qual Mainardi colabora? A quadrilha do Dantas, ou a vEJA? ], sob o título ‘Entendeu, Tabatha’, eles retomaram algumas das práticas mais antigas e mais imundas do jornalismo, como a chantagem, a mentira, a propaganda do poder e a matéria paga”. A resposta de Mainardi ao relatório da PF foi um insulto ao delegado Protógenes. “É uma citação bisonha, uma patetice que infelizmente pode colaborar para que quadrilheiros escapem”, disse Mainardi.
O documento se refere também à jornalista da “Folha”, Andréa Michael, como “integrante da organização criminosa”, “travestida de correspondente da jornal Folha de São Paulo na cidade de Brasília”. Andréa Michael foi autora de reportagem, em abril, que antecipou, com exclusividade, a operação da PF. Em um diálogo descrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu blog, Andréa diz a Guilherme Henrique Sodré Martins (Guiga), membro do círculo íntimo de Daniel Dantas: “Avisa ao Daniel que tenho uma matéria de encomenda para ele”.
A PF revela também que Roberto D’Ávila, da “TVE Brasil”, recebeu R$ 50 mil em 2007 de Nahas e que Leonardo Attuch, editor da “IstoÉ Dinheiro” e colunista da “IstoÉ”, teria feito “artigos jornalísticos encomendados”.
No relatório constou também que no dia 13/01/2007, Daniel Dantas manteve diálogos com a irmã Verônica Dantas e Danielle Silbergleid afirmando textualmente da necessidade de utilizar a conexão direta entre ele e a imprensa como instrumento para plantar informações a fim de confundir a opinião de autoridades públicas nacionais e internacionais na disputa do grupo Opportunity, Citigroup, Telecom Italia pelo controle da BrT.

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Exclusivo: Em diálogos, Daniel Dantas cita FHC

TERRA MAGAZINE, 15.07.08
Bob Fernandes*
Os intestinos do Brasil.
Esta a seguir é a transcrição de conversas telefônicas interceptadas, legalmente, no bojo da Operação Satiagraha.
Neste capítulo, Daniel Dantas cita o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Coloca-o em cena numa conversa com ele, Dantas, e dirigentes do Citibank. Cena essa que, segundo o roteiro dantesco, marcaria os primeiros passos da montagem do fundo CVC, sociedade entre Daniel e o Citibank.
No diálogo entre Dantas e sua diretora jurídica, Danielle Silberglade Ninnio, o banqueiro ensaia vender influência junto ao presidente e a importância da sua presença na montagem do fundo.
O editor-chefe deste Terra Magazine acaba de ter, nesta tarde de terça-feira 15 de julho, uma longa conversa com o ex-presidente da República. A entrevista está sendo transcrita e irá ao ar ainda nesta tarde. Adiante-se um trecho do que Fernando Henrique disse:
- ...Não tem base. Na verdade, fui procurado por ele e pelo pessoal do Citibank, que me comunicaram que iam fazer um fundo que tinha feito muito sucesso nos Estados Unidos, o Equity (...) muitas pessoas me procuravam. Isso já é conversa dele, já é usar o santo nome em vão...
Na entrevista exclusiva a Terra Magazine o ex-presidente fala sobre que tipo de relação teve com o banqueiro, busca recordar o que passou naquele encontro e em outro, este apenas com Dantas, anos depois.
Fernando Henrique comenta ainda a crise detonada pela Satiagraha e aborda as relações, excessivamente próximas, entre o capital privado e um estado deficiente na regulação. Toda entrevista daqui a pouco.
A montagem
Quinze de novembro de 2007. O banqueiro Daniel Dantas conversa com a diretora jurídica do Opportunity, Danielle Silbergleide Ninnio, às 09h01m42s.
Ambos debatem, mais uma vez, umas das incontáveis batalhas jurídico-comerciais de Dantas. No caso, o objetivo é levar o Citi a retirar as ações judiciais contra ele - algo correspondente a US$ 1 bilhão - e fazer a fusão Brasil Telecom e Oi, onde ganharia R$ 1 bilhão.
Para ser concretizada a fusão BrOi, é necessário ultrapassar o Citibank. Daniel discute com Danielle a sinuosa estratégia, a munição que levarão para enfrentar o Citi em Nova Iorque.
Na conversa ele parece se preparar para um depoimento. Num flash-back, retorna ao início da empreitada.
Segundo Daniel, tudo começa, ou passa, por um encontro em Brasília entre o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso e os responsáveis, no Citibank, pela parte de Private Equity (investimentos não financeiros).
O banqueiro, ao rememorar uma de suas pelejas, avança por território movediço. Recorda a reunião com o então presidente Fernando Henrique Cardoso, antes da criação do fundo de investimentos (o que veio a ocorrer no final de 1997).
Presentes, no tal encontro, além do presidente da República, os norte-americanos Bill Confort e Mary Lynn Putney, chefes de Private Equity no Citi.
Mary Lynn era gestora de relacionamento de Daniel Dantas, hospedava-se em sua casa em Búzios e visitava-o na Bahia.
O que vaza das entrelinhas na montagem da estratégia de Daniel e Danielle é uma tentativa de comprometer o Citibank. Por quê?
Depois do escândalo Enron, vigora a lei Lei Sarbanes-Oxley (do senador Paul Sarbanes e do deputado Michael Oxley), de 2002, que pune com até 10 anos de cadeia os executivos de empresas com operações financeiras no exterior. Quem entende os pormenores desse tatame, sente que o Citi vive diversos temores ante esse novo marco jurídico.
Nessa montagem de estratégia para enfrentar o gigante Citi, Dantas se refere a um documento que veio de Londres ("eu já tinha dito que eu não li um documento que eu assinei, tá?") e explica o batismo do fundo.
- ... "Ah, por que que vocês botaram o nome do CVC?" Eu digo: por que o CITI pediu. "Mas vocês não pediram ao CITI pra botar em nome do CVC?" Não, o Citi achou que pra "raise the fund internacional" (elevar o fundo internacional-inglês) era bom. "Ahh, e no Brasil, o nome CVC não te ajudava?" Eu digo: nada, é um nome de uma agência de turismo...
O diálogo sobe de andar, e até de tom. Chega ao Planalto. Aos trechos seminais. Foram mantidos, inclusive, os erros de transcrição.
Daniel Dantas: Sobre o uso do nome. E também, o CVC... o CITI não era bem visto na época, porque...por conta dos rescaldos da negociação da dívida, o banco era atribuído ao banco onde as causas do...da crise econômica brasileira. Então, não tinha nada que o CITI trouxesse de positivo na captação. Eu disse pra ele que os investidores dos fundos de pensão se motivaram porque nós oferecemos a ele "internacional exposure" (exposição iternacional-inglês), sócios estrangeiros que poderiam melhorar as práticas e o entendimento dos fundos de pensão. E ele disse: "ahhh, mas você teve uma reunião com FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, quem estava na reunião?" FERNANDO HENRIQUE, MARY LYNN e o presidente do CITI do Brasil. "Como é o nome dele?" Não lembro. "Ahh, o que que vocês falaram lá, mas tem aqui num email seu você dizendo que CARDOSO disse que tinha gostado da reunião e que ia apoiar a iniciativa". Eu digo: CARDOSO esteve na reunião, BILL CONFORT explicou na reunião que PRIV EQUIT FUND tinha sido responsável pela revolução de eficiência na economia americana, o "shaking up for corporate america" (o agito para empresas americanas-inglês) e que podia ser muito interessante pro Brasil e que podia também atrair muito capital pro Brasil. Alô?
Danielle - Oi?
Daniel Dantas: E aí, o presidente achou que era interessante, depois eu fui ao BNDES e tal, conversei porque ele tinha achado interessante tentar desenvolver a linha de "private equit" aqui no Brasil.
Danielle: ... (inaudível) que ele ia te perguntar isso. Lembra daquele negócio da CPI? Eu tinha certeza!
Daniel Dantas: Aí ele, aí ele... não, foi isso que o mister CONFORT foi...foi falar com... falou com mister CARDOSO. Aí, o que que acontece, então ajudou no fundo a persuadir o governo a simular o "private equit" no Brasil. Está muito distante de que tenha investido por conta do ...(inaudível). Já se diz que os fundos investiram, você alguma vez disse aos fundos que: "ahhh, o que que você faria...?". Aí, primeiro ele inventou agora que estava inconsistente esse meu "declaration", porque os fundo, o fundo tinha uma carta lá de não sei quem mostrando que o fundo nacional fechou depois que o fundo estrangeiro já tinha fechado, quando o fundo nacional fechou e tal. Não sei. "Ahhh, mas como é que você não sabe?". Eu não sei. "Mas você não assinou esse "declaration?". Assinei o "declaration". "Mas você não preparou?". Eu digo: Não, não preparei. O "declaration" foi preparado pelos "lawyer", eu basicamente revisei os "declaration", confiei naquilo que me foi informado e acredito que está certo. Ele... quer dizer, não fui disputar, é ou não é, não sei. Aí o que acontece é o seguinte, nessa linha, é difícil dele pegar. Aí, onde eu sei ele não sabe, onde ele sabe eu não sei.
* Colaboraram: Claudio Leal e Raphael Prado

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CUBA: Maus-tratos a presos revoltam o mundo!! ARRGHH!! ( Vídeo )

Help Me - Help Me - Help Me

Omar Kahdr's Interrogation Video From Guantanamo.


Another proud moment in US history
Kahdr held in Concentration Camp for 5 years without charge.

A Canadian citizen born in Toronto, he is the youngest prisoner held in extrajudicial detention by the United States and has been frequently referred to as a child soldier. The only Western citizen remaining in Guantanamo, Khadr is unique in that Canada has refused to seek extradition or repatriation despite the urgings of Amnesty International, UNICEF, the Canadian Bar Association and other prominent organisations.

Khadr is the only Guantanamo detainee who has faced a judge and who is not boycotting the military tribunals, and has spent six years in the Guantanamo Bay detention camps charged with war crimes and providing support to terrorism after allegedly throwing a grenade that killed a US soldier. In February 2008, the Pentagon accidentally released documents that revealed that although Khadr was present during the firefight, there was no other evidence that he had thrown the grenade. In fact, military officials had originally reported that another of the surviving militants had thrown the grenade just before being killed.

VEJA MAIS:

Divulgado vídeo de interrogatório em Guantánamo BBC, 15.07.08
Advogados canadenses divulgaram o primeiro vídeo de um interrogatório de um detento na prisão de Guantánamo, em Cuba, que mostra o canadense Omar Khadr, de 16 anos, chorando e dizendo que ninguém se importa com ele.

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Azenha: o pintor de paredes é o culpado no caso Dantas?

Quando eu era um jovem editor do Jornal da Cidade, faz tempo, banquei com o repórter Eduardo Nasralla a investigação de um crime cometido por um policial civil de Bauru. Batizamos de "crime da igreja".
Por Luiz Carlos Azenha, no Vi o Mundo
14.07.08
Ao descer de um andaime usado para pintar as paredes externas de uma igreja, um homem foi morto por um policial que dizia investigá-lo. Nasralla descobriu, no entanto, que os dois já se conheciam. Mais: que faziam negócios juntos. De acordo com a viúva, os negócios envolviam o tráfico de drogas.
Bauru era uma cidade pequena. Recebemos ameaças e muita pressão para abandonar o assunto. Nasralla persistiu. No dia em que o crime foi reconstituído fui assistir junto com o repórter.
De repente, a polícia passou a simular uma suposta agressão do morto, que teria causado a reação do investigador — legítima defesa. Buscamos saber o motivo daquela reconstituição inesperada. Ela se baseava em uma nova testemunha, que dizia ter visto a cena.
Mais tarde descobrimos que a "testemunha" havia sido plantada pelo investigador para confundir o processo. Uma forma nem um pouco sutil de "sujar a água". É o que sinto que está acontecendo, agora, no caso envolvendo o banqueiro Daniel Dantas.
Onde é que estão os nossos congressistas, sempre ávidos por uma CPI? Sumiram. De Brasília, nem um pio, além do óbvio favorecimento àqueles que foram acusados de cometer crimes gravíssimos.
Durante o escândalo do mensalão, que acompanhei de perto como repórter, não me lembro de ter lido na mídia brasileira nenhuma preocupação com vazamentos da Polícia Federal, nem com o uso de algemas, nem com a possibilidade de que pessoas inocentes fossem acusadas. Agora, curiosamente, sim.
Vozes se levantam contra a polícia, contra o poder dos juízes, contra o Ministério Público, contra os grampos, contra os vazamentos... Quando um delegado federal se reuniu com repórteres, entregou a eles um CD com fotos do dinheiro dos aloprados e combinou uma mentira coletiva, em 2006, na véspera do segundo turno das eleições presidenciais, toda a mídia brasileira dançou conforme a música.
Todas as emissoras de televisão, os jornais e os portais da internet reproduziram as fotos e as informações e OMITIRAM do público o fato de que profissionais da imprensa tinham obtido o material depois de combinar uma mentira com o delegado. Alguns fizeram isso apesar da posse de uma gravação em que a combinação estava registrada.
Na gravação, o delegado Edmilson Bruno disse aos jornalistas que mentiria ao superior, simulando um furto para justificar o vazamento das imagens. Os repórteres protestaram? Não. Os jornais divulgaram o teor da gravação? Não. As emissoras de TV reproduziram a gravação? Não. Quando a gravação se tornou pública, a mídia brasileira tratou de reproduzi-la? Não. O comportamento dos jornalistas virou tema de debate da categoria? Não.
Era o caso de divulgar as fotos do dinheiro? Claro que sim. Mas era uma obrigação jornalística divulgar também as circunstâncias em que aquele vazamento havia acontecido.
A mídia preferiu, no entanto, se calar sobre o assunto, mesmo depois que o delegado Edmilson Bruno assumiu o vazamento — e, portanto, abriu mão do sigilo de fonte. Fez isso por um motivo muito simples: a mídia não expõe os seus métodos de atuação. Não cumpre nem mesmo as regras de transparência que cobra de autoridades e governos. E, ao contrário do que propaga, mistura jornalismo com seus interesses políticos e econômicos.
Isso ficará claro se o esquema de Daniel Dantas com jornalistas e empresas de comunicação vier à tona. Porém, antes disso, é provável que se encontre uma forma de condenar o pintor de paredes por homicídio qualificado.
E MAIS:
Para quem esqueceu...
13.07.2005 ( há 3 anos exatamente )
A proprietária da loja de produtos de luxo Daslu, localizada na zona sul de São Paulo, Eliana Tranchesi, teve a prisão temporária decretada por cinco dias nesta quarta-feira. Ela foi presa no início da manhã desta quarta-feira em uma megaoperação da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público. Cerca de 250 agentes realizaram uma varredura na loja. Eles cumpriram 33 mandados de busca e apreensão, baseados em denúncias de sonegação fiscal e subfaturamento de produtos.
Daslu pode ter sonegado US$ 10 milhões
Saiba mais sobre a nova loja da Daslu
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Daslu abre normalmente
Eliane foi levada para a sede da PF em São Paulo, no bairro da Lapa. Ela pode ser acusada, segundo informações passadas pela Polícia Federal, dos crimes de formação de quadrilha, falsidade material, ideológica e contra a ordem tributária. A empresária também pode ser denunciada pelo crime de sonegação fiscal sobre o lucro da megastore de luxo. O irmão de Eliana e dois empresários também foram detidos.
A empresária não poderá ser liberada sob fiança porque a prisão é cautelar. A operação acabou às 13h com a saída dos investigadores em ônibus e carros da polícia. Funcionários da loja entram normalmente, com apresentação de crachá e documento. Os veículos que se dirigem ao setor de cargas estão sendo vistoriados. Polícias federais recolheram documentos e CPUs do prédio. A loja funcionará normalmente durante as investigações.
De acordo com a investigação da PF, os produtos comercializados na Daslu eram comprados de empresas importadoras que subfaturavam o preço das mercadorias com o objetivo de reduzir a incidência do Imposto de Importação. O subfaturamento ocorria a partir da substituição da fatura comercial verdadeira por outra com preço inferior. O esquema também fazia com que o IPI sobre o material importado ficasse reduzido.
Segundo o procurador da República em Guarulhos Matheus Baraldi Magnani, a investigação também aponta para a importação fraudulenta feita por empresas declaradas inaptas pela Receita Federal, ou seja, fantasmas. As investigações começaram há seis meses com a apuração de fraude de importação no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
A assessora de imprensa da loja, Fabiana Pastore, afirmou que a direção da Daslu está cooperando com a operação, mas não adiantou que procedimentos serão tomados.
A Daslu atende um público de altíssimo poder aquisitivo e comercializa, entre outros itens, roupas de grife, eletroeletrônicos, barcos e até helicópteros. A loja tem como gerentes Donata Meirelles, mulher do publicitário Nizan Guanaes, que comandou campanhas eleitorais do PSDB. Outra gerente da Daslu é Sofia Alckmin, filha do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Baraldi descartou o envolvimento de Sofia nas fraudes.
Inaugurada no dia 8 de junho deste ano, o primeiro grande shopping de luxo de São Paulo reúne 120 marcas em 17 mil metros quadrados. Segundo Baraldi, as grifes também não estariam envolvidas nos crimes. Localizado às margens do rio Pinheiros, em uma das áreas mais nobres da cidade, o investimento no shopping girou em torno de R$ 200 milhões. No final da manhã, a Polícia Federal divulgou nota oficial sobre a operação.
Leia a íntegra da nota:
"A Polícia Federal, juntamente com a Receita Federal e o Ministério Público Federal, desencadeou hoje a operação Narciso, para cumprimento de 33 mandados de busca e apreensão e 4 mandados de prisão temporária em São Paulo, Santa Catarina, Espírito Santo e Paraná. A operação tem como objetivo impedir a continuidade do crime de sonegação fiscal da loja Daslu, localizada em São Paulo.
Os produtos vendidos na Daslu eram adquiridos de empresas importadoras que subfaturavam as mercadorias estrangeiras para diminuir a incidência de Imposto de Importação. O subfaturamento acontecia quando o importador substituía a fatura comercial verdadeira por outra com preço inferior. Este procedimento, além de diminuir o Imposto de Importação, fazia com que o IPI sobre o produto importado também ficasse diminuído, razão que justificava a revenda do produto importado à Daslu, por preço inferior à real transação comercial.
As empresas importadoras eram, na verdade, pessoas jurídicas constituídas para camuflar a importação irregular (sonegação fiscal) e burlar a fiscalização da Receita Federal. O conluio entre a loja Daslu e a importadora fica ainda mais evidente quando se verifica o balanço contábil da importadora, apresentando constantes prejuízos.
Os crimes verificados são: formação de quadrilha, falsidade material e ideológica, crimes contra a ordem tributária. É investigada ainda a possível sonegação fiscal sobre o lucro da empresa Daslu.
A operação envolveu 240 policiais federais nos 4 estados e 80 auditores fiscais da Receita Federal. Todo material recolhido será encaminhado à Polícia Federal, logo após sendo remetido à Receita Federal. Os mandados foram emitidos pela 2ª Vara Federal da Justiça Federal de Guarulhos.
As investigações começaram em 2004, quando a Receita Federal apreendeu em aeroportos de São Paulo e Curitiba, junto a mercadorias da loja, notas fiscais subfaturadas e as notas fiscais com os valores verdadeiros das mercadorias. A partir de então foram iniciadas as investigações. Uma entrevista coletiva está marcada para 15h30h , na sede da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo."
Redação Terra
à Folha de São Paulo, 10.06.2006
A Daslu não está sendo perseguida e não é a única empresa sob investigação no Brasil por importar de forma fraudulenta. A loja pode trazer mercadorias ao país como qualquer outra empresa desde que atue da 'forma correta'. A afirmação é do procurador da República Matheus Baraldi Magnani, 29, integrante da força-tarefa do MPF de Guarulhos, em resposta às críticas de Eliana Tranchesi, dona da Daslu, que, na semana passada, perguntou a jornalistas: 'Por que só a Daslu?'. O procurador denunciou Tranchesi e seu irmão e sócio da butique, Antonio Carlos Piva de Albuquerque, à Justiça Federal de Guarulhos. Os dois são acusados de crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica e fraude na importação. Leia os principais trechos da entrevista com Magnani.
Folha - Eliana Tranchesi, dona da Daslu, diz que só a sua loja não pode trazer importados. Outras empresas estão sendo investigadas?
Matheus Baraldi Magnani - Na verdade, isso é mentira. Qualquer um pode trazer importados para o país. O problema está na fraude escolhida pela butique para trazer esses importados, como o uso de empresas de fachada e o subfaturamento. É óbvio que não fica a butique Daslu impedida de trabalhar com importado, desde que o faça de acordo com a lei.
Folha - A prática de subfaturamento já está comprovada?
Magnani - Está comprovada nos autos da ação penal que tramita em Guarulhos. O MP dispõe de farta prova.
Folha - Por que a loja ainda não foi autuada?
Magnani - Existem três ações fiscais em curso. Uma de âmbito estadual e duas de âmbito federal. Em cerca de 60 a 90 dias, a ação fiscal deve estar pronta. Não é verdade que ela não foi autuada. É que a ação fiscal é um procedimento complexo, inclusive em decorrência da falta de escrituração contábil da butique, de livros contábeis.
Folha - A Daslu deve ser autuada em quanto?
Magnani - Há uma perspectiva de R$ 21 milhões em âmbito estadual. No federal, a estimativa é de um montante que seria o suficiente para construir pelo menos 15 a 20 escolas estaduais. Cada escola com 16 salas de aula e cada classe dotada de biblioteca e videoteca. O valor estimado da autuação no âmbito federal é da ordem de R$ 60 milhões a R$ 80 milhões.
Folha - A Daslu tem dinheiro para pagar esse valor? Qual é o faturamento da loja?
Magnani - O faturamento declarado é de R$ 140 milhões por ano. Em razão do subfaturamento, é razoável crer que supere em muito esses milhões declarados.
Folha - Tranchesi tem a sensação de que há uma perseguição à loja...
Magnani - A Daslu vem sendo reiteradamente derrotada no Judiciário. Essa argumentação de perseguição é evasiva e decorre do fato de a butique não ter uma defesa consistente.
Folha - Como estão as investigações nas outras empresas?
Magnani - Há investigações de casos até semelhantes ao da Daslu, como a operação Centauro. No contrabando, houve a do caso Law Kin Chong. Nos casos de crime contra a ordem tributária, houve o caso da Schincariol. É que a operação que teve por alvo a Daslu desperta mais o interesse porque é um símbolo do luxo.
Folha - Há indícios de que outras empresas estão cometendo irregularidades na importação?
Magnani - Há investigações em curso no Ministério Público Federal. A operação da Daslu abre as portas do Estado para investigar o crime contra a ordem tributária. Porque essa fraude tributária é extremamente danosa e compromete a justa distribuição de renda do Estado. Posso afirmar que existe uma investigação robusta.
Folha - Há provas de que na operação feita por Itajaí, onde auditores da Receita apreenderam carga importada pela Columbia Trading, em dezembro do ano passado, essa empresa estava de fato importando mercadoria para a Daslu?
Magnani - Há um mar de provas. Etiquetas da Columbia foram sobrepostas às etiquetas da Daslu em caixas de desembarque. Diligências da Receita de Santa Catarina demonstraram que havia instrução dentro da própria Columbia para nunca mencionar a Daslu nas importações. Foram apreendidas ordens de serviço em que funcionários da trading narravam a proibição do nome Daslu na realização das importações.
Folha - Havia ordens de serviço por escrito?
Magnani - Há várias mensagens eletrônicas internas da Columbia, e entre esses e-mails estava a proibição de menção ao nome, salientando que o cliente estava muito ansioso com as importações recentes. Havia até uma mensagem curiosa, entre gerentes da trading, em que comemoram a liberação de uma carga e sugerem que essa comemoração seja feita através de uma 'champa' no Leopoldina, em evidente alusão a uma comemoração com champanhe no restaurante que fica dentro da Daslu.




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terça-feira, 15 de julho de 2008

Leia o relatório da PF sobre a caça a Daniel Dantas ( 201 páginas )

FENAPEF, 15.07.08
Ao longo de 210 páginas, recheadas com transcrições de interceptações telefônicas e de e-mails, o relatório sobre a Operação Satiagraha é exaustivo na descrição dos passos seguidos pela Polícia Federal e dos supostos indícios que permitiram ao delegado Protógenes Queiroz chegar à conclusão de que “Daniel Dantas é o chefe da organização criminosa, envolvida com o cometimento de delitos contra o Sistema Financeiro Nacional, contra o mercado de capitais e de lavagem de dinheiro”.
O documento é assinado em parceria pela delegada Karina Murakami Souza e por Protógenes Queiroz. Os autores registram que ainda não há definição legal para o conceito de organização criminosa, mas apontam que as investigações encontraram quase todos os indícios de uma organização criminosa: previsão de lucros, hierarquia entre seus membros, planejamento empresarial, divisão de trabalhos, ingerência no poder estatal e na imprensa, mescla de atividade lícitas e ilícitas para dificultar a atuação dos órgãos públicos encarregados da persecução penal. “No caso em tela, encontram-se presentes todas estas características”, afirma a delegada no documento.
Há ainda a declaração de que o grupo mantém proximidade com autoridades públicas, lobistas, jornalistas, grandes empresários, “pessoas muito bem articuladas, uma vez que esses contatos nas diversas esferas públicas e privadas são necessários para que esta organização criminosa continue atuando de forma protegida”.
(Por razões técnicas, o relatório é publicado em cinco partes)
Clique aqui para ler da página 1 à 42
Clique aqui para ler da página 43 à 84
Clique aqui para ler da página 85 à 126
Clique aqui para ler da página 127 à 172
Clique aqui para ler da página 173 à 210
Fonte: Conjur

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Dantas falou "PT" e, para o imprensalão, isso basta!! Mas e o Echelon* que a filha de Serra e a irmã de Dantas tinham?

1) Essa daqui eu mandei para a Carta Capital ( site e revista ) quando percebi que o Estadão botou um monte de páginas que levavam a entender que Daniel Dantas surgiu em primeiro de Janeiro de 2003:
"Saudações,
Atualmente, é duro verificar que os jornalões estão inundando suas páginas com as peripécias de Daniel Dantas. E também é fácil verificar que a grande maioria da - assim chamada - opinião pública, ignora quem seja o personagem.
Mas os leitores de Carta Capital o conhecem bem. Pois a revista trouxe as andanças de Dantas pelo universo empresarial brasileiro, de modo que as denuncias conta ele não constituem surpresa.
Mas, voltando aos jornalões ( e revistas ), não acho que seja justo que faturem, agora, esgotando seus repartes, devido ao assunto, quando sabemos que a Carta foi a pioneira e os mesmos jornalões nada traziam a respeito. Por isso, quero sugerir à redação da revista, que lance nas bancas uma compilação das matérias mais importantes sobre Dantas, desde as que saíram quando Carta ainda tinha sua periodicidade mensal; uma espécie de "Guia", para melhor situar o público nesse imbróglio. Vocês poderiam, até, junto aos textos, trazer as capas de jornais e revistas nos períodos correspondentes, para que possamos comparar quais assuntos eles destacavam, enquanto que Carta Capital trazia mais uma do Dantas.
Sem trocadilho, acho que vocês não devem perder esta "oportunidade". "
2 ) Sim pois, a vinculação de Dantas ao PT ( e apenas a este ) desvincula o banqueiro das maiores relações, que foram com o governo do FHC. Sem contar a proximidade de sua irmã com a filha de José Serra, que já mencionei aqui algumas vezes. Mas, sem o brilhantismo deste post, publicado hoje no Entrelinhas, de Luiz Antonio Magalhães, que traz uma revelação chocante: entre os vários serviços que a empresa das duas Verônicas oferecia, havia algum tipo de "pesquisa cadastral" num "banco de dados" ( ou seria uma planilha? Tá, bom. Brincadeira. Desculpe. ) de 70 milhões de registros de brasileiros; de onde viriam tais informações? Da Kroll? Da Knowx ( ou, mais precisamente, da ChoicePoint )? Quiçá, da base de dados dos paulistas que a Secretaria de Segurança de SP pensava em vender ( leia: "Dados ou vendidos?", neste blog, em 06.06.06 ) para a iniciativa privada ( apesar de, honestamente eu não saber dizer se a idéia se concretizou ) ? Bom, se não estou enganado, Greg Palas afirmou que dados de colombianos e brasileiros estariam sendo adquiridos pela ChoicePoint. Depois eu levanto essa capivara decentemente.
Luiz conclui o post afirmando que o empreendimento tem todo o jeito de coisa típica do Serra:
Blog ENTRELINHAS, 15.07.08
Verônica Serra, filha do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), mantem hoje algum tipo de participação na empresa Decidir.
Com, da qual fez parte em sociedade com Verônica Dantas Rodenburg, irmã de Daniel Valente Dantas?
Esta pergunta, pelo menos ao que este blog tenha conhecimento, não foi nem sequer formulada pelos jornalões e revistonas da grande imprensa brasileira. A nota abaixo, publicada em setembro de 2002 na revista IstoÉ Dinheiro, informa que Verônica Serra "tirou o seu nome" da empresa antes do pai ser formalmente indicado candidato do PSDB à presidência.
AS DUAS VERÔNICAS
Verônica Serra, filha do candidato do PSDB, era sócia até 3 de maio último de Verônica Dantas Rodenburg, irmã de Daniel Dantas, do Opportunity. Elas fundaram juntas uma empresa de internet, a Decidir.com, que continua em plena atividade. A empresa foi registrada em Miami no dia 3 de maio de 2000, sob o número P00000044377. Tem filiais na Argentina, Chile, México, Venezuela e Brasil. O site oferece dicas sobre oportunidades de negócios, incluindo a área de licitações públicas no Brasil. Consta no site: “Encontre em nossa base de licitações a oportunidade certa para se tornar um fornecedor do Estado”. A filha de Serra tirou o nome da empresa antes do pai ser oficializado candidato.
Ora, passadas as eleições, Verônica Serra voltou a se associar com a sua xará? Uma visita ao site Decidir.com traz algumas pistas, mas não todas. É possível saber que entre os investidores do negócio está o Opportunity, porém não há nenhum link para a diretoria da empresa ou equipe que comanda o empreendimento.
A visita, no entanto, vale a pena só pela descoberta do tipo de negócio com o qual as duas Verônicas se envolveram. Entre os produtos oferecidos estão:
1. Informações de Crédito - consultas sobre CPFs, protestos, cheques devolvidos, etc.
2. Serviço de Verificação de Identidade
3. Segurança Eletrônica
O segundo "produto" é oferecido com a seguinte descrição:
O que é o Serviço de Verificação de Identidade (SVI)?
O SVI representa a solução mais simples, ágil e prática para o problema de cadastros e mailings com dados duvidosos ou desatualizados. Se você quiser otimizar a utilização das bases de dados de clientes ou prospects e ainda ampliar os dados que possui de um cadastro pré-definido, o SVI é o seu maior aliado em uma ação eficiente para alcançar o target desejado.
• Como funciona o SVI?
1. Através do SVI, você enviará à DECIDIR a lista com apenas um dos campos dos seus registros preenchidos (ex. CPF).
2. A DECIDIR realizará as verificações sobre a validade dos dados, utilizando as bases de dados do seu sistema que compreendem mais de 70 milhões de registros em todo o Brasil.
3. Em poucas horas você recebe de volta a listagem original dos CPFs com os dados estatísticos que apontam a qualidade daquela base de dados. Para os registros válidos encontrados na base da DECIDIR, você receberá todas as informações que estão relacionadas àquele CPF. Como o leitor pode perceber, é até possível que Verônica Serra já não esteja mais neste ramo, mas que o negócio tem toda a cara do pai dela, ah, isto tem!
3 ) * ECHELON - saiba mais
4 ) Hoje, a Folha traz a informação de que o Dantas contratou advogados "ligados" ao PT, sem contrato formalizado ou rastro disso. São os atuantes Kakay e Teixeira, e seus serviços teriam sido prestados entre 2003 e 2005 ( ou seja, do começo do governo Lula, até a época dos eventos conhecidos como "Escândalo do Mensalão ); esses pagamentos teriam sido detectados durante uma auditoria feita na Brasil Telecom, em 2005 [ OBS: a matéria fala em "documentos inéditos" da auditoria ocorrida há 3 anos? Ninguém se interessou em divulgá-los desde então? ] a partir de pedido dos fundos de pensão, quando estes conseguiram o controle sobre a empresa, que vinha sendo comandada por Dantas. Essa auditoria constataria, também, que Dantas usava dinheiro da BrT para pagamento de funcionários dos quadros do Opportunity, informação - e denúncia - incluída na representação contra Dantas, apresentada contra ele pelos novos diretores da BrT, junto à CVM. O que nos leva a Teixeira e Kakay. Eles teriam recebido grana da BrT para fazer serviços de interesse do Opportunity. Mas, isso somente diria respeito a Dantas e a BrT, pois, a menos que os advogados soubessem que o dinheiro era da telefônica, isso é assunto interno que deve ser resolvido pelos acionistas.
Uma coisa que me parece inexplicável é por quais motivos um sujeito como Daniel Dantas [ que, ao que parece, capaz de grampear um monte de gente ( ironicamente, parece que até Naji Nahas e Paulo Maluf foram investigados pelo SSD - Serviço Secreto Dantesco ), contratar os serviços de espionagem da Kroll, comprar parte substancial do imprensalão ( se não a maior parte ) ] contrataria justamente para "prestar serviços" ( não estou sendo irônico, é que a expressão é vaga ) um advogado ligado a Lula e outro a Zé Dirceu, com tantos à disposição no país? E por quê um advogado nessas condições aceitaria "prestar serviços" a alguém com a biografia de Dantas, sabendo que isso poderia resultar em suspeitas, não contra Teixeira ou o Kakay, mas contra Lula, Dirceu, Dilma ou seja lá quem fosse? Ingenuidade assim, nem nos contos de fada sob a ótica de Walt Disney. Ainda mais se pensarmos que em 2002, ao que parece, Dantas já mandava grampear pessoas que fariam parte do governo Lula ( o que me faz refletir, agora, se Celso Daniel não teria sido, também, um dos personagens grampeados pelo esquema; isso poderia ter mudado completamente seu destino ).
Outa coisa: parece haver um movimento na direção de indispor a opinião pública contra os "excessos" da PF. Isso significaria dar, automaticamente, o aval às seguidas decisões de Gilmar Mendes que soltou Dantas por duas vezes. Mostrar petistas como Dirceu e Greenhalg se queixando das supostas arbitrariedades, ao contrário de parecer isenção, objetiva sugerir que tudo é feito pela PF na base da força excessiva, não importando quem seja ( incluíndo-se aí, é claro, a prisão com algemas de Dantas ). Para levar-nos a crer que o Juiz Sanctis e a PF estão errados e Gilmar Mendes, certo, haja ginástica.
E o vazamento de informações à Globo não é, simplesmente, um excesso, mas um favorecimento muito esquisito, e não atenta contra algum direito dos presos, em particular, mas de todos os cidadãos, que devem se perguntar o por quê dessa preferência:
Dantas pagou advogados ligados ao PT sem contrato
15/07 - - Folha de SP
Defensores próximos de Lula e Dirceu dizem ter prestado serviços entre 2003 e 2005
Dados sobre os pagamentos estão em auditoria feita a pedido dos novos donos da BrT, que foi gerida pelo banco de Dantas até 2005
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
LEONARDO SOUZA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Documentos inéditos da auditoria interna da Brasil Telecom de 2005 sobre a passagem do banqueiro Daniel Dantas no controle da companhia telefônica revelam pagamentos de R$ 1,2 milhão para o advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e de pelo menos R$ 3 milhões para o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, amigo do ex-ministro José Dirceu (PT), sem que os auditores tivessem encontrado os contratos para a prestação de serviços de advocacia.
Kakay recebeu ao todo R$ 8,3 milhões. A auditoria encontrou apenas um contrato de R$ 5,3 milhões -sobre o qual afirmou não ter localizado nenhuma comprovação de efetiva prestação de serviços advocatícios. Teixeira afirmou que tem consigo uma cópia do contrato.
A Brasil Telecom foi controlada pelo banco de Dantas até meados de 2005, quando os fundos de pensão de estatais conseguiram na Justiça assumir o controle da companhia. Os novos donos então determinaram uma ampla auditoria.
A Operação Satiagraha, da Polícia Federal, que investiga e prendeu Dantas na semana passada, apura atividades de advogados remunerados pelo banqueiro sem atuar formalmente em processos judiciais relacionados ao banco, como o ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT). Para a PF, tratava-se de lobby político. Ele nega irregularidades.
De acordo com documentos do relatório da auditoria da telefônica, aos quais a Folha teve acesso, o escritório de Roberto Teixeira foi pago pela BrT "para prestar serviços para o Opportunity". Em dezembro de 2005, os auditores concluíram: "Não foram localizados contratos de Roberto Teixeira com a Brasil Telecom. Foram localizados pedidos de compra sem contrato e pagamentos para Roberto Teixeira, que somam R$ 1,2 milhão, entre abril de 2003 e março de 2005".
Teixeira, segundo o histórico dos pagamentos, passou a ser remunerado três meses depois da chegada de Lula à Presidência. Os auditores citaram Teixeira como "advogado muito próximo de Lula".
Em outra parte do relatório, os auditores listaram 39 pagamentos a empresas e pessoas físicas feitas a partir de "pedidos não vinculados a contratos". São pagamentos de cerca de R$ 285 milhões. Entre os beneficiários, o escritório de Kakay, em Brasília, com R$ 8,3 milhões. Esse trecho do relatório é descrito como "análise de pedidos não vinculados a contratos, realizados pela presidência [da Brasil Telecom] e outras diretorias".
A parte do relatório que trata dos serviços de Kakay traz um resumo das ligações políticas do advogado: "Conhecido como Kakay; advogado de DD [Daniel Dantas] no caso Kroll, juntamente com Nélio Machado e Oliveira Lima. Seriam também advogados de Carla Cicco no caso Kroll; Almeida Castro é muito amigo de José Dirceu (advogado desse) e diversas vezes ofereceu ajuda política a DD para aproximá-lo do governo por meio de Dirceu; DD recebe forte auxílio do PFL (ACM, Jorge Bornhausen e Heráclito Fortes)".
A auditoria também localizou um e-mail trocado entre um escritório de advocacia do Rio e o ex-diretor da Brasil Telecom Participações Humberto Braz, que se entregou ontem à PF, no decorrer da Operação Satiagraha. Ele é acusado de ter participado da tentativa de suborno dos delegados que atuam no caso, Victor Hugo Ferreira e Protógenes Queiroz.
O e-mail revela que Braz tinha um papel importante na relação entre a Brasil Telecom e advogados. Ele participou de uma reunião "no escritório do Kakay", em Brasília, na qual foi "acertado" o pagamento de honorários "a título de êxito" no valor de US$ 1 milhão. Os advogados queriam suspender um mandado de segurança no STF ( Supremo Tribunal Federal ).
A auditoria na Brasil Telecom, concluída em dezembro de 2005, investigou pagamentos, contratações e serviços entre os anos de 2002 e 2005.
Outro lado
Advogado diz que prestou serviço a BrT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que os R$ 8,3 milhões que recebeu da Brasil Telecom se devem a dois serviços prestados, um diretamente à companhia e o outro na defesa de Carla Cicco, ex-presidente da companhia, e do banqueiro Daniel Dantas em processo criminal em São Paulo.
O advogado Roberto Teixeira informou, por meio de assessoria, que tem em mãos o contrato prestado para a Brasil Telecom. "Se os auditores não acham o contrato, o problema é deles. A nossa cópia está conosco", informou Teixeira, por escrito. Indagado, por intermédio da assessoria, sobre prazos, condições, objetivos e pagamentos do contrato, ele respondeu que "os advogados não têm o contrato à mão e consideram má-fé dos auditores dizerem que não há contrato".
O primeiro caso citado por Kakay se refere ao acompanhamento de dois procedimentos de investigação no Ministério Público Federal sobre a privatização da CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações), comprada em 2000 pela BrT.
Por conta desse primeiro contrato, Kakay recebeu R$ 5,3 milhões. Segundo ele, sua função era orientar os advogados da BrT sobre como proceder nos trabalhos de investigação do Ministério Público."Dizem que eu não fiz nada nesse caso. Atuei diretamente com os advogados da BrT, orientando-os passo a passo durante todo o tempo", disse Kakay, acrescentando que seus honorários se justificam pelos valores envolvidos.
Os outros R$ 3 milhões, afirma o advogado, dizem respeito à defesa de Dantas e de Cicco, como pessoas físicas, no inquérito da Operação Chacal, que apurou a participação dos dois na contratação da agência Kroll para investigar autoridades do governo brasileiro.
A assessoria do banco Opportunity em SP informou que as notícias sobre os pagamentos sem contratos a Teixeira e Kakay "já foram divulgadas" em anos anteriores. Disse que o jornal poderia buscar "em seus próprios arquivos" as respostas sobre as indagações feitas pela reportagem ontem à noite.
Outro lado
Petistas negam tráfico de influência
EM SÃO PAULO
O ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT) voltou ontem a negar que tenha feito tráfico de influência no Planalto em prol do banqueiro Daniel Dantas, mas se recusou a comentar a nota do chefe-de-gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho.
Também em nota, Greenhalgh disse que atuou como advogado e criticou a acusação da Polícia Federal de que ele transita "nos subterrâneos" dos tribunais com o objetivo de favorecer Dantas."Não é possível classificar como ato ilícito o fato de um advogado transitar nos tribunais, inferiores ou superiores, bem como nas delegacias... Isso faz parte da rotina diária de todo advogado."
O ex-deputado negou ainda ter tratado do caso em encontro que teve no aeroporto de Brasília com José Dirceu (PT), em maio. "Nunca tratamos sobres Dantas, nem nesse encontro nem em outros."
Dirceu também negou: "Audácia e certeza da impunidade não têm limites na PF".
"Evanise Santos é minha namorada e nessa condição foi procurada por Greenhalgh, e não como funcionária da Presidência", disse em seu blog.
íntegra
"Não fiz contato algum com a PF", afirma Carvalho
DA REDAÇÃO
Leia a íntegra da nota de Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete do presidente Lula.
"Esclarecimentos do chefe do gabinete pessoal do presidente da República, Gilberto Carvalho, sobre o contexto das conversas que teve com o advogado e ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh, mencionadas no noticiário relacionado à Operação Satiagraha da Polícia Federal.
No dia 28 de maio, o dr. Luiz Eduardo Greenhalgh informou-me que um cliente seu, Humberto Braz, cuja identidade até então eu desconhecia, fora seguido no Rio de Janeiro, após deixar os filhos na escola, e que, interceptado pela polícia do Rio, o condutor do carro que pretensamente lhe fazia a perseguição se apresentou como tenente da Polícia Militar de Minas Gerais, exibindo documentos que diziam estar a serviço da Presidência da República. Dr. Greenhalgh me indagou se procedia esta informação, uma vez que poderia se tratar de tentativa de seqüestro comum, com uso de documentação falsa. Procurei o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. Fui informado de que o referido tenente estava credenciado pelo GSI, mas o trabalho que realizava nada tinha a ver com o cidadão citado. Repassei pelo telefone esta informação ao dr. Greenhalgh, que, na ocasião, pediu que eu obtivesse mais informações junto à Polícia Federal. Como já havia dado a informação essencial ao advogado no que dizia respeito à segurança pessoal de seu cliente, não fiz contato algum nem com o Ministério da Justiça e nem com a direção ou qualquer integrante da Polícia Federal, conforme já declarado pelas respectivas autoridades.
Presidente diz a ministros ver excessos em operação policial
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em reunião ontem com seus principais ministros, o presidente Lula avaliou a Operação Satiagraha como "consistente do ponto de vista investigatório" e "positiva" para a imagem do governo, segundo relatos obtidos pela Folha.
Lula fez dois reparos à operação. Disse que o vazamento da prisão do ex-prefeito Celso Pitta para a TV Globo é um excesso e pediu que o ministro Tarso Genro (Justiça) tome providências disciplinares. Também julgou excessivo o uso de algemas. Disse, porém, que deve haver um critério único.
O presidente defendeu o chefe-de-gabinete, Gilberto Carvalho, que apareceu em um grampo conversando com Luiz Eduardo Greenhalgh (PT). Disse em conversa reservada que ele, Carvalho e o ministros devem redobrar cuidados com pleitos de amigos e de partidários sem cargo público em audiências e telefonemas. (KENNEDY ALENCAR E VALDO CRUZ)
Defesa critica Tarso e diz que Abin é "SNI"
Advogado de Dantas afirma ter constatado grampos ilegais de conversas entre advogados, segundo ele uma "barbaridade"
Para Nélio Machado, que vê interesse político de Tarso, é reprovável ministro ter dito que será "muito difícil" para Dantas provar sua inocência
ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO
O advogado Nélio Machado, que defende Daniel Dantas, acusou a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) de estar agindo de forma ilegal e paralela à investigação da Polícia Federal e criticou o comportamento do ministro da Justiça, Tarso Genro, no episódio da prisão do dono do Opportunity.
Preso duas vezes na semana passada e beneficiado por habeas corpus concedido pelo STF ( Supremo Tribunal Federal ), Dantas é acusado de chefiar uma quadrilha responsável por diversos crimes financeiros e fiscais a partir das empresas do grupo Opportunity.
O advogado afirmou que existem indícios de que agentes da Abin interceptaram ilegalmente conversas telefônicas. "Eu constatei interceptação da conversa de advogados, o que é uma barbaridade. Tem inclusive interceptação de conversa do meu cliente com um advogado dele nos Estados Unidos."
Segundo Machado, há indícios de que a Abin tenha monitorado a comunicação entre os advogados de Dantas, no Rio e em Brasília. "Incluindo troca de e-mails entre o meu escritório e o do Pedro Gordilho e Alberto Pavie. Também com o de Luiz Carlos Madeira, em Brasília. São todos advogados da maior seriedade. É uma audácia interferir mediante grampo, que eu acredito que seja ilegal."
Disse ter indícios de que a ida de Pavie ao STF, na última terça, horas após a prisão de Dantas, foi monitorada pela Abin: "Essa investigação é muito estranha porque revela, de maneira chapada e indisfarçável, a presença de uma entidade que não tem nenhuma atribuição de atuar em investigação de natureza penal, que eu chamo de SNI [Serviço Nacional de Informações, antigo nome da Abin]."
O advogado de Dantas afirmou que Tarso teria interesses políticos no episódio. "Vê-se que o presidente da República lançou, ou pelo menos prestigiou, a ministra Dilma [ Rousseff ]. Subitamente vê-se o ministro Tarso ocupar espaço. Ele integra o Executivo e está agindo meio à solta. O próprio presidente deu declarações posteriores muito mais comedidas."
Machado disse que a avaliação de Tarso, em entrevista à Folha publicada no domingo, de que seria "muito difícil" para Dantas provar inocência é "reprovável" ( OBS: "reprovável" é a Folha colocar a frase como manchete; isso o Genro não tem controle sobre; mas foi prematura essa entrevista, sim ) . "Ele está agindo como o algoz. Faz juízo de valor."
Sobre o depoimento de Hugo Chicaroni, que disse ter recebido dinheiro para tentar subornar um delegado da PF em benefício de Dantas, Machado afirmou tratar-se de ação "isolada". "Não há envolvimento do meu cliente com aquela ação."
Ao criticar a atuação do juiz da 6ª Vara Criminal de São Paulo Fausto De Sanctis, que ordenou as prisões de Dantas, Machado antecipou uma das linhas que utilizará na defesa. "Um juiz tem que se preocupar com o julgamento técnico. Esse caso está viciado desde o início porque violaram o HD [disco rígido] do banco [Opportunity] contra uma ordem judicial do STF. Juiz de primeira instância não pode ir contra o Supremo."
Agência admite atuação, mas nega "clandestinidade"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) confirmou que agentes secretos, a pedido do delegado Protógenes Queiroz, participaram da Operação Satiagraha ( OBS: Não é necessário algum tipo de documento de requisição entre as agências? Lembrei dum caso envolvendo arapongas no Ministério da Saúde, à época de Serra; se não me engano, eram necessários certos procedimentos para tal fim ) O órgão negou ter atuado "clandestinamente", mas sua atuação foi considerada irregular pelo governo.
Ontem, durante reunião de coordenação, o ministro Tarso Genro (Justiça) confirmou a participação de agentes da Abin na operação e afirmou que esse foi um dos erros cometidos por Queiroz. Tarso disse ao presidente Lula que o delegado não adotou o procedimento normal -fazer o pedido à Abin pela diretoria de operações da PF ( OBS: Ah! Tá aqui! ).
Em nota, a Abin afirmou ontem que o diretor-geral do órgão, Paulo Lacerda, "não tem e não teve nenhuma participação ou iniciativa, muito menos ingerência, nos fatos que resultaram" na ação, mas que é comum a "cooperação com os demais órgãos públicos". "[A Abin] não realiza quaisquer atividades para as quais não possua respaldo na legislação."
A Folha revelou, no dia 10, que agentes da Abin atuaram no caso à revelia da direção da PF. Em maio, agentes seguiram o carro de Humberto Braz, assessor de Dantas, pelas ruas do Rio. (LUCAS FERRAZ e VALDO CRUZ)
Procuradores avaliam pedido de impeachment para Mendes
DA REPORTAGEM LOCAL
Não está consolidado, mas procuradores da República estudam a possibilidade de pedir o impeachment do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, que determinou a soltura do banqueiro Daniel Dantas mesmo sem analisar as provas e a decisão do juiz de 1ª instância.
A idéia, que seria encabeçada pela procuradora Ana Lúcia Amaral, vem sendo discutida na intranet do Ministério Público. Procuradores entendem que Mendes cometeu crime de responsabilidade ao ignorar os tribunais de 2ª e 3ª instâncias.
Alguns acreditam que a iniciativa teria o apoio da classe (179 procuradores assinaram carta de apoio ao juiz Fausto Martin De Sanctis) e dos magistrados (cerca de 400 juízes do Tribunal Regional Federal assinaram manifesto de repúdio à decisão de Mendes).
O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), disse ontem que a Casa tem competência para avaliar um impeachment. "Mas acho difícil prosperar. O que está sendo discutido é uma decisão judicial, não é crime de responsabilidade, a não ser que o documento traga alguma consistência em relação ao crime."








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Banco Opportunity retira limite para investimentos em fundo

DCI , 15.07.08
SÃO PAULO - O Banco Opportunity, de propriedade do banqueiro Daniel Dantas, comunicou que a partir de ontem o Opportunity Total FI Multimercado não possui a restrição de limite máximo de aplicação por investidor, antes estabelecido em R$ 500 mil. As demais características do fundo permanecem inalteradas, segundo comunicado da instituição.
De acordo com especialistas ouvidos pela reportagem do DCI, esta é uma manobra para segurar a liquidez do fundo, com uma possível aplicação superior aos R$ 500 mil. As fontes afirmam que o próprio Daniel Dantas poderá ser o depositário do dinheiro. "Ninguém quer ligação com o Daniel Dantas. Então, ele próprio pode investir mais dinheiro para garantir a liquidez do fundo", diz um analista do mercado.
Segundo fato relevante encaminhado na semana passada, a instituição garante que a liquidez do grupo continua a mesma. Até a última quarta-feira, porém, o saldo das retiradas foi de cerca de 6,2% do patrimônio total administrado - quase R$ 1 bilhão. Analistas garantem, no entanto, que os valores já ultrapassaram essa cifra. "Reiteramos que o Opportunity possui claras e rígidas diretrizes para assegurar o cumprimento das leis e regulamentações aplicáveis ao negócio", disse o banco, em comunicado.
Segundo dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid), o Opportunity administrava R$ 16,9 bilhões em ativos, em um total de 12 categorias de fundos. O banco não informa variações deste montante. Daniel Dantas foi preso na semana passada durante a operação Satiagraha, da Polícia Federal. O executivo é acusado de encabeçar dois grupos criminosos por faturamento ilícito no mercado de ações, por meio de obtenção de informações privilegiadas, e lavagem de dinheiro.

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"LEITURAS DE VEJA: A direita emburreceu de vez?", por Paulo Ghiraldelli Jr


"Não é preciso ser burro para ser de esquerda."
Esta frase de Fernando Henrique Cardoso, na condição de presidente da República, é uma das mais corretas e bem elaboradas que ele já cunhou para o mundo jornalístico. Começo a acreditar que a frase simétrica, contemplando a direita, não vale. Estou dizendo, então, que para ser de direita é necessário ser burro? Pode não ser assim no exterior, mas, no Brasil, a condição política conservadora está indo de mal a pior.
A situação da revista Veja tem estampado isso. Os articulistas que a revista apresenta estão cada vez menos preparados. O caso de Gustavo Ioschpe salta aos olhos. O que ele escreve deixa qualquer pessoa relativamente bem informada totalmente estarrecida. Pego aqui o rabisco dele chamado "Errar é humanas" (Veja, 30/06/08).
Eu vou citar as pérolas gustavianas e sigo depois com breves comentários. Segurem-se na cadeira.
"Eu só descobri que não entendia nada de matemática quando conversava com um colega russo, no mestrado, sobre o assunto. Aquilo que para mim exigia um grande esforço mental, de montagem de equações e de tentativa de operações algébricas, para ele era visivelmente algo automático, instintivo, como a construção de uma frase em sua língua natal. (...)"
O afastamento do empírico
Sim! Ele é economista, uma área em que sem a matemática é impossível sobreviver. Mas ele diz que não sabe matemática! Agora dá para entender por que produziu aquela estatística, já denunciada por mim e outros, querendo mostrar que a ampliação de salários de professores não melhora a educação. Pronto, é isso: ele errou na estatística, é claro. Não sabe matemática.
E ele continua:
"O problema é fundamentalmente filosófico, epistemológico: a maioria das pessoas entende a matemática como uma ferramenta que precisamos dominar para resolver alguns problemas do cotidiano. Mas a matemática não é isso. A matemática é uma linguagem que descreve o mundo. Todo o mundo físico é traduzível em números, com acuidade muito maior do que a descrição feita por palavras. Além disso, a matemática é a árvore da qual brotam os frutos das ciências exatas: física, química, biologia, estatística, engenharia, medicina – nada disso seria possível sem a matemática. (...)
Sem uma comprovação empírica, qualquer pensamento é apenas uma tese."

Mas Gustavo, veja, meu caro, as matemáticas não se desenvolveram para então gerar as ciências, elas caminharam juntas. Além disso, sua frase "sem uma comprovação empírica, qualquer pensamento é apenas uma tese" é exatamente a frase que nega o poder da matemática. Ela é exatamente a disciplina que não suporta a empiria! Ela é o afastamento do empírico, par excellence.
A Caverna de Platão
Leitor, você agüenta mais um pouco? Sim? Então, tome:
"Eu só fui descobrir isso [que disse acima] quando já estava no mestrado. De tudo que estudei na vida – e acabei estudando, na faculdade, história, ciência política, psicologia, sociologia, economia, geologia, marketing, administração, contabilidade, crítica literária, filosofia e outras que nem me lembro mais, não apenas por desejo e curiosidade próprias, mas porque o sistema americano impõe essa multidisciplinaridade – hoje vejo que a matéria mais importante é estatística. Achava a matéria um porre quando a cursei, no primeiro ano. O que é natural, aliás: aos 18 anos, o cérebro humano está demasiadamente encharcado de hormônios para que os pensamentos possam nadar. Agora vejo que a estatística é a base de tudo, é o que possibilita a distinção entre a opinião e o fato, a aparência e a realidade (as ‘formas’ platônicas). Sem estatística não pode haver ciência exata nem ciência social."
Viram? Eu tenho criticado o que chamei de PTE, o Pensamento Tecnocrático em Educação, que é capitaneado pelo "grupo da Veja", "grupo do Paulo Renato" e, enfim, o que agora também está no MEC, com Fernando Haddad imitando a secretária de Educação de São Paulo em tudo que é conservador. O PTE é isso: a apologia da estatística. Mas não a estatística inteligente, e sim, a estatística tomada como panacéia. É uma espécie de "ideologia do cientificismo da estatística". Isso é ignorância.
Gustavo é tão ignorante que ele quer resolver o problema filosófico "aparência versus realidade" com estatística! Os sistemas filosóficos não resolvem o problema. Eles não apareceram para fazer isso. Eles apareceram para equacionar o problema da relação entre ilusão e aparência (se é que esse problema existe).
Platão não quis renegar o mundo existente, o aparente, para impor a todos o mundo das formas; o que ele fez foi mostrar que, como homens, vivíamos em ambos: um é o mundo inteligível, o outro é o sensível. Um mundo, nós acessamos pelo intelecto, o outro, acessamos pelos sentidos. A Caverna de Platão não é um lugar, é uma condição – carregamos nas costas nossa Caverna quase como a tartaruga carrega a casca. A tartaruga carrega a casca e pode até imaginar que teria como eliminá-la. Pode imaginar que, uma vez sem a casca, viria a se apresentar como realmente é, na sua essência de tartaruga – a tartaruga real. Mas ao perder a casca, morreria, e morreria sem ser tartaruga, e sim, como uma tartaruga desfigurada.
"Otimismo despropositado"
Quando cometo um erro de cálculo ou de percepção e sou avisado, ou descubro o erro por mim mesmo, eu o corrijo. Assim, estou no âmbito do que a ciência faz, e também o senso comum. Agora, no âmbito da ilusão metafísica (ou no âmbito do que Marx chamava de ideologia), não posso fazer algo que se chame "correção". Posso mostrar que o que é visto pelos olhos do corpo não é o correto, e este, o correto, seria visto pelos olhos da razão, mas isso não elimina a visão dada pelos olhos do corpo. Nesse sentido, não há como "corrigir" uma ilusão metafísica. Por isso mesmo, cada sistema filosófico elege como ilusão coisas completamente diferentes. E, para a filosofia metafísica, a ilusão faz parte da estrutura do mundo e por isso mesmo ela não pode ser eliminada, corrigida. Para Kant, a ilusão necessária era, por exemplo, Deus. Para Marx, a ilusão necessária – a ideologia – era o fetichismo da mercadoria em associação com a reificação. Essas "ilusões" não são eliminadas por "correção". Muito menos por estatística!
Gustavo não entendeu nada de filosofia. E pior, não entendeu nada de estatística, pois a estatística é justamente a "não exatidão" da matemática. Estatística é o mundo da probabilidade e, portanto, a introdução da não exatidão no campo que se pensa rei da exatidão.
Acabou? Não, não! Ele não pára assim, não. O meninão é um poço inesgotável de frutos de quem nasceu de onze meses. Segue mais:
"Essas idéias me vêm à mente quando vejo que filosofia e sociologia foram incluídas como matérias obrigatórias no currículo do ensino médio. Veja só: nosso sistema educacional é um fracasso tão retumbante que, na última medição em que o desempenho dos alunos foi dividido em níveis, o SAEB de 2003 apontou que 55% dos alunos da quarta série estavam em situação crítica ou muito crítica em leitura, o que quer dizer que eram praticamente analfabetos. A maioria dos alunos que faz a prova de Matemática no SAEB acha que ‘3/4’ é 3,4, e não 0,75. Não entendem nem a notação de uma fração. Achar que esses professores, com essa qualidade, conseguirão ensinar filosofia e sociologia a esses alunos é o que os ingleses chamam de wishful thinking, um otimismo despropositado."
A "leitura do mundo"
Bem, vejam que ele confunde as habilitações, ele acha que todo professor é despreparado. O professor de filosofia, que não ensina matemática, seria um despreparado. O aluno vai mal de matemática e ele culpa, de antemão, os professores de filosofia e sociologia que, aliás, nem bem começaram o serviço! Veja só como ele, em vez de se guiar por estatísticas, tem como guia o preconceito.
Só mais um pouco de gustavice, por favor. Agüente a última dose.
"No primeiro semestre da faculdade, li um texto muito bom de Paulo Freire, em que ele dizia que era preciso read the word to read the world (ler a palavra para ler o mundo). Não sei se ele o escreveu em inglês ou se a tradução foi especialmente fortuita, mas o enunciado é verdadeiro: é impossível entender a complexidade do mundo se você não sabe ler."
O trecho acima é significativo. Mostra como nossas elites, não raro, erram na educação dos filhos. O menino Gustavinho é rico. Foi estudar nos Estados Unidos quando ainda não tinha maturidade para tal. Lá, no exterior, o professor deu para ele ler o Paulo Freire, um brasileiro. Poderia ter lido aqui mesmo, de modo correto. Mas quis ler errado, pagando caro para tal, lá nos Estados Unidos.
Por que ele, Gustavinho, está errado? Ora, o que Paulo Freire disse é o inverso do que ele escreveu (em inglês).
Paulo Freire escreveu, é claro: lemos o mundo para depois lermos a palavra. O que Paulo Freire queria com isso, baseado no historicismo de Hegel e no pragmatismo americano, era nos fazer notar que antes de qualquer aprendizado formal, escolar, temos uma concepção de mundo adquirida a partir de nossas vivências. Isso é o que já estava em John Dewey: antes de tudo, vem a experiência (que não deve ser tomada como experimento), que então é continuamente re-significada (Rorty diz: redescrita). Então, o aprendizado escolar se dá sobre o que já aprendemos na nossa "leitura do mundo". Daí a idéia freireana de insistir na prática educativa que leva a sério o que já sabemos antes de aprendermos a leitura e a escrita.
A ladainha de sempre
Ora, a conclusão que Gustavo tira do Paulo Freire, que ele copiou errado, é que precisamos aprender a ler e a escrever. Mas isso é o óbvio, ninguém pensaria o contrário. E quem iria citar um filósofo da educação, como Paulo Freire (ou qualquer outro), para dizer o que é uma evidência e um consenso do senso comum? Só um tolo.
No final do artigo "Errar e humanas", Gustavo então desanda a falar mal do marxismo que estaria impregnado em professores de filosofia, e se volta contra o ensino de filosofia e sociologia na escola média. A ladainha de sempre. Mas a essa altura já perdeu toda a moral. Então, alguém que é sadio pára a leitura, não há como continuar a ler seu texto. É isso! A direita está cada vez pior.

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